Cannabis reduz o declínio cognitivo

Usuários da erva têm taxas menores de perda de memória e confusão, revela pesquisa

Publicada em 07/03/2024

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Um estudo recente, conduzido por pesquisadores associados à Universidade Estadual de Nova York (SUNY), trouxe à luz descobertas surpreendentes sobre o impacto do uso de cannabis no declínio cognitivo. Publicado no último mês na revista Current Alzheimer Research, a pesquisa revelou que consumidores de cannabis, em geral, demonstraram taxas inferiores de declínio cognitivo em comparação com não consumidores.

Os resultados foram especialmente notáveis quando se tratou de declínio cognitivo subjetivo (DCS). Indivíduos que faziam uso adulto ou medicinal da cannabis relataram menos confusão e perda de memória, destacando uma possível relação benéfica entre o consumo da planta e a preservação da função cognitiva.

O estudo enfatizou que o uso recreativo teve o impacto mais significativo no declínio cognitivo. Comparativamente aos não usuários, os consumidores não medicinais experimentaram uma redução de 96% nas chances de DCS, conforme relatado pela Filter.

Além disso, aqueles que utilizavam cannabis para propósitos medicinais também apresentaram uma probabilidade diminuída de DCS, embora as diferenças não tenham atingido significância estatística.

Enquanto estudos anteriores levantaram preocupações sobre o uso intenso de cannabis e seu potencial impacto negativo na cognição, os pesquisadores salientaram que as implicações cognitivas não são determinadas exclusivamente pela frequência do consumo. Fatores como o tipo de produto utilizado, o método de consumo e a razão para o uso também desempenham um papel crucial.

Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco Comportamentais (SVFRC) de 2021. A amostra total incluiu 4.744 observações válidas de declínio cognitivo subjetivo (DCS).

Os resultados revelaram uma associação entre o consumo não medicinal de cannabis e uma redução significativa na probabilidade de DCS. No entanto, algumas variáveis mostraram resultados inconsistentes, como a associação entre o método de consumo e a prevalência do transtorno.

Embora os resultados tenham destacado benefícios potenciais do uso de cannabis na preservação da função cognitiva, os pesquisadores enfatizaram a necessidade de mais estudos para explorar os mecanismos subjacentes e considerar múltiplos fatores ao examinar a relação entre cannabis e declínio cognitivo.

Apesar das limitações do estudo, incluindo a dependência de dados autorrelatados e possíveis distorções nas respostas dos participantes, os achados fornecem uma visão intrigante sobre os efeitos da cannabis na saúde cognitiva.

Em suma, este estudo sugere que o uso moderado e consciente de cannabis pode não apenas oferecer alívio para certas condições médicas, mas também potencialmente contribuir para a preservação da função cognitiva em adultos de meia-idade e mais velhos. No entanto, mais pesquisas são essenciais para uma compreensão completa dos impactos da cannabis na saúde.

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