Filho de Caco Ciocler troca o Brasil pelo Canadá para plantar cannabis e defende direitos dos jardineiros
Bruno Ciocler, filho do ator global, cultiva cannabis legalmente no Canadá, compartilha dicas nas redes sociais e defende o acesso à planta como um direito humano
Publicada em 25/07/2025

Aos 28 anos, Bruno Ciocler escolheu cultivar esperança com a cannabis medicinal | Reprodução IG @brunociocler
Bruno Ciocler, 28 anos, filho do consagrado ator Caco Ciocler, encontrou nas terras canadenses o solo fértil onde sua trajetória pôde se enraizar livre, leve e legal. Em sua fazenda no Canadá, ele cultiva cannabis e compartilha nas redes sociais não apenas técnicas de plantio, mas uma visão de mundo: a de que o acesso à cannabis medicinal é uma questão de dignidade.
Em um país onde a planta é legalizada, Bruno vive com a esposa e a filha, e mostra, com serenidade, a rotina entre vasos, folhas e flores. “No Brasil, eu era um criminoso. No Canadá, sou um cidadão de bem”, escreveu em uma de suas postagens, refletindo sobre os abismos morais entre geografias e legislações. “A pior das prisões está dentro da nossa mente. Em nossas crenças e valores”, publicou em sua rede social.
Cannabis legal no Canadá: entre a liberdade e a responsabilidade
Desde outubro de 2018, o Canadá legalizou totalmente a cannabis para fins recreativos e medicinais, tornando-se o segundo país do mundo a adotar esse modelo, depois do Uruguai. A regulamentação permite que adultos maiores de 18 ou 19 anos possam cultivar até quatro plantas por residência, adquirir em lojas licenciadas e portar até 30 gramas da substância em público.
A política canadense se baseia em três pilares: proteger a saúde pública, tirar a planta das mãos do crime organizado e garantir acesso seguro a quem precisa. Cultivar em casa, como faz Bruno, é uma escolha possível e respeitada, especialmente em comunidades rurais e familiares, onde o cuidado com a terra se mistura com o cuidado com o outro.
Da criminalização à consciência: um relato em primeira pessoa
O tom do ativismo de Bruno não é agressivo, mas profundo. Carrega o peso de quem viu, sentiu e viveu o preconceito em um país que, até recentemente, via com olhos turvos o uso da cannabis, mesmo em contextos terapêuticos.
Enquanto no Brasil o Supremo Tribunal Federal descriminalizou o porte para uso pessoal apenas em junho de 2024, no Canadá, Bruno se dedica há anos à prática do cultivo consciente. “Quem mais sofre é quem precisa e não tem acesso. Legalize já!”, defende ele, com firmeza e compaixão.
Entre sol e vento: a simplicidade como ensinamento

Bruno também se propõe a desmistificar o cultivo da cannabis. Sem esconder os detalhes, mostra que a prática pode ser acessível. Em uma de suas explicações, ele ensina:
“Cultivo semi-aberto (outdoor) em solo. Diferente dos cultivos hidropônicos em ambiente controlado que tenho mostrado, esse cultivo utiliza apenas luz solar e ventilação natural, sem nenhum tipo de controle climático. Uma opção mais econômica para o cultivo no verão canadense”.
É nesse cuidado com a terra e com o outro que Bruno vai, aos poucos, ajudando a mudar o imaginário coletivo sobre a planta, transformando tabu em técnica, preconceito em partilha.
Leia Mais
Canadenses consideram que legalização da cannabis foi a maior conquista de Justin Trudeau
Vendas de cannabis no Canadá crescem 5,7% em abril, aponta Statistics Canada
No Canadá: por que tanta gente está fumando mais e mais cannabis