França adiciona compostos sintéticos do cânhamo na lista de substâncias perigosas

“Proteção à saúde pública e à indústria”, destaca especialista

Publicada em 05/07/2024

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Torre Eiffel | Foto: Joe de Sousa/ Wikimédia Commons

A França incluiu vários compostos derivados do cânhamo sintético em sua lista de substâncias perigosas. A decisão foi anunciada pela Agência Nacional para a Segurança de Medicamentos e Produtos de Saúde (ANSM) em resposta a relatos de graves efeitos adversos associados ao consumo dessas substâncias.

Entre os compostos proibidos estão o H4-CBD, H2-CBD, THCP e HHCPO, que são canabinoides sintéticos criados em laboratório. Segundo a ANSM, esses compostos são vendidos online e em lojas de varejo de CBD na forma de resina, pó e líquido para serem ingeridos ou fumados. A agência alerta que o consumo pode levar a efeitos imediatos e severos, como vômitos, perda de consciência, coma, convulsões, paranoia, ansiedade, hipertensão e taquicardia. Além disso, esses produtos podem causar dependência devido à sua alta potência.

Lorenzo Rolim, presidente da Associação Latino-Americana de Cânhamo Industrial (LAIHA), afirmou que a decisão da ANSM é justificada, pois esses compostos, sendo sintetizados em laboratório, ainda não têm suas ações no organismo humano totalmente compreendidas. Ele argumenta que a restrição é uma medida de proteção tanto para a saúde pública quanto para a indústria de cânhamo, evitando que compostos potencialmente perigosos causem danos aos consumidores e comprometam a reputação do mercado.

A decisão da França reflete uma tendência crescente na Europa de reprimir os intoxicantes derivados de cannabis e suas subespécies. Outros países, como Finlândia, Suécia e Estônia, já adotaram medidas similares, classificando compostos como o HHC como drogas ilegais. Organizações como a Associação Europeia do Cânhamo Industrial e o grupo da indústria CzecHemp também têm se manifestado contra esses produtos, apelando para a criação de uma estrutura legal que regule sua venda e consumo.