"Nunca vamos legalizar": Maduro rejeita cannabis na Venezuela e critica os EUA

Em coletiva, presidente venezuelano afirma que país não seguirá "tendência insana" de legalizar drogas e aponta para a produção de "supermaconha sintética" nos Estados Unidos

Publicada em 19/09/2025

"Nunca vamos legalizar": Maduro rejeita cannabis na Venezuela e critica os EUA

“Na Venezuela, [a maconha] continua a ser ilegal e continuará a sê-lo. Não vamos cair na tendência insana de legalizar qualquer droga”, disse Nicolás Maduro. Imagem: Reprodução Instagram

Em uma coletiva de imprensa com a mídia internacional em 15 de setembro, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou categoricamente qualquer possibilidade de reforma nas leis sobre a cannabis em seu país.

“Na Venezuela, [a maconha] continua a ser ilegal e continuará a sê-lo. Não vamos cair na tendência insana de legalizar qualquer droga”, disse ele, segundo o portal La Patilla. O governo venezuelano assume, assim, uma posição intransigente, rejeitando comparações com outras nações que optaram pela legalização.

 

 

Incidente aéreo e acusações de tráfico


As declarações do líder venezuelano foram, em parte, uma resposta a notícias que ligam seu país ao tráfico de drogas, após uma operação da Força Aérea Brasileira em 10 de setembro. Um avião Beechcraft 58 Baron, vindo da Venezuela, foi interceptado depois de entrar no espaço aéreo brasileiro sem autorização.

Quando o piloto ignorou as instruções dos caças A-29 Super Tucano, iniciou-se uma perseguição sobre a Floresta Amazônica. A aeronave caiu perto de uma barragem no município de Presidente Figueiredo (AM), e as autoridades afirmaram ter apreendido 380 quilos de cannabis. O piloto conseguiu fugir.

 

Maduro culpa os Estados Unidos


 

Apesar do ocorrido, Maduro negou que a Venezuela esteja envolvida na produção ou exportação de cannabis. Ele aproveitou a oportunidade para desviar a atenção para os Estados Unidos, acusando Washington de hipocrisia.

“Se querem encontrar cannabis, procurem-na nos Estados Unidos, que produzem 'supermaconha' sintética e onde a produção e o consumo são legais. Como podem apontar o dedo para a Venezuela? Vocês não têm moral”, declarou.

Maduro também criticou as políticas de legalização dos EUA e o aumento de substâncias sintéticas, como o fentanil. “As drogas sintéticas são mais destrutivas e mortais do que qualquer outra droga conhecida. Como o fentanil: nem sequer podem culpar a Venezuela por um único comprimido de fentanil”, lamentou.

 

Escalada militar no Caribe


A controvérsia em torno do avião interceptado coincide com uma escalada das operações dos EUA no Caribe. Washington enviou caças F-35, navios de guerra, submarinos nucleares e cerca de 4.000 fuzileiros navais para Porto Rico e para o sul do Caribe como parte de sua estratégia de combate ao tráfico de drogas.

Nas últimas semanas, as forças dos EUA realizaram ataques diretos contra navios suspeitos de ligação com grupos venezuelanos. Em 2 de setembro, foi anunciado o afundamento de um navio acusado de transportar narcóticos para a organização criminosa Tren de Aragua, uma ação que deixou 11 mortos. Dias depois, outra operação teria resultado em mais três mortes.

 

Com informações de NewsWeed