Entre regulamentação e mercado, Tailândia consolida a cannabis como produto estratégico
A Tailândia avança na regulamentação da canábis e estrutura uma cadeia econômica robusta, combinando uso medicinal, turismo e políticas públicas claras para impulsionar o setor
Publicada em 19/11/2025

Tailândia transforma a cannabis em motor econômico e redefine acesso à planta | CanvaPro
Na Tailândia, o uso da cannabis ganhou uma dimensão praticamente cotidiana: é possível encontrar dispensários nas ruas de Banguecoque, cafés canábicos, clubes, além de uma presença sólida da planta na indústria de bem-estar e agricultura.
Segundo reportagem da CannaReporter, flores de canábis são tratadas como “produto natural” e não são consideradas narcóticos, o que facilita sua circulação.
O acesso à planta se tornou excepcionalmente simples: dispensários têm médicos para prescrever no momento, mesmo para condições como ansiedade ou insônia; menus detalham os efeitos de diferentes estirpes; e há espaços para consumo local.
Além disso, a Tailândia aposta estrategicamente na canábis como motor econômico. O país investe não apenas no cultivo para fins medicinais, mas também no cânhamo para fibras, construção, têxteis, bem-estar e turismo de saúde.
Política, regulamentação e panorama futuro
Durante a AIHEF – Asia International Hemp Expo & Forum, realizada em Banguecoque, autoridades e empresários apresentaram os planos da Tailândia para consolidar o setor da cannabis como parte central da economia nacional.
Segundo o governo, o cânhamo e a canábis são vistos como “plantas econômicas” estratégicas, com meta de transformar o país no hub da Ásia para a indústria do cânhamo até 2030.
Para isso, o país aposta em três estratégias: adotar normas internacionais (como GMP e ISO), desenvolver produtos de alto valor agregado (como extratos, fibras e biocompósitos) e atrair investimento estrangeiro para toda a cadeia produtiva.
Contudo, há desafios. O setor sofre com a falta de educação técnica: muitos profissionais, tanto na indústria quanto na saúde, não têm formação específica sobre cultivo, extratos ou uso medicinal.
Além disso, o governo planeja apresentar, nos próximos meses, um novo projeto de lei para regulamentar o uso adulto da canábis, destacando que, embora o consumo recreativo exista na prática, ele precisa ser controlado.
Por fim, a Tailândia também busca integrar a medicina tradicional com a moderna: o Departamento de Medicina Tradicional e Alternativa (DTAM) trabalha para padronizar extratos de CBD e THC seguindo normas internacionais, ao mesmo tempo em que desenvolve redes de dispensários médicos certificados.
Com informações de CannaReporter.



