Eficácia hídrica e resistência do cânhamo podem ser essenciais na escassez de água

Desvendando os segredos e benefícios da subespécie de cannabis em relação ao algodão

Publicada em 28/02/2024

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Na vasta paisagem das práticas agrícolas, uma cultura está emergindo como uma alternativa promissora e sustentável. Embora muitas vezes associado à sua variedade psicoativa, o cânhamo revela-se como uma fonte versátil e ecologicamente amigável. Comparado ao tradicional cultivo de algodão, por exemplo, suas propriedades surpreendentes estão redefinindo os padrões da agricultura moderna.

Eficácia hídrica e resistência

 

Em um mundo onde a escassez de água é uma preocupação crescente, a eficiência no uso deste recurso vital é essencial. O cânhamo destaca-se como um verdadeiro campeão nesse aspecto. Enquanto o cultivo de 1kg de algodão pode consumir desenfreadamente até 10.000 litros de água, o cânhamo requer meramente uma fração disso, aproximadamente 2.900 litros. Esta discrepância significativa ressalta o cânhamo como uma escolha mais consciente e responsável para os agricultores e o meio ambiente.

Além disso, a resistência do cânhamo é notável. Suas fibras são aproximadamente três vezes mais fortes do que as de algodão, tornando-o ideal para uma variedade de aplicações, desde têxteis até materiais de construção. Esta durabilidade superior não só prolonga a vida útil dos produtos fabricados com cânhamo, mas também reduz a necessidade de substituição frequente, resultando em menos desperdício.

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Menor tempo de produção e biorremediação de solos

 

Uma das distinções mais marcantes entre o cânhamo e o algodão é o tempo necessário para o cultivo. Enquanto o algodão leva aproximadamente sete meses para amadurecer, o cânhamo é notavelmente mais rápido, atingindo a maturidade em apenas quatro meses. Esta diferença no ciclo de crescimento não apenas aumenta a eficiência da produção, mas também permite aos agricultores uma maior flexibilidade em suas operações.

Além disso, o impacto ambiental divergente entre essas duas culturas é inegável. O algodão, frequentemente cultivado em monoculturas extensivas, exerce uma pressão significativa sobre o solo, resultando em sua degradação e empobrecimento. Em contraste, o cânhamo pode ser cultivado em uma área menor e devolve generosamente aproximadamente 70% dos nutrientes ao solo, enriquecendo-o em vez de empobrecê-lo. Além disso, o cânhamo é uma cultura carbono-negativa, o que significa que absorve mais dióxido de carbono do que emite durante todo o seu ciclo de vida, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.

Regulamentação brasileira e o futuro do cultivo de cânhamo

 

No contexto brasileiro, a regulamentação em torno do cultivo de cânhamo para fins industriais está gradualmente evoluindo. Com um crescente reconhecimento de seus potenciais aplicações industriais e benefícios ambientais, o Brasil está explorando maneiras de integrar o cânhamo em sua agricultura de forma sustentável e economicamente viável. Embora os desafios regulatórios ainda persistam, há uma crescente conscientização sobre o potencial do cânhamo como uma cultura de cultivo promissora, capaz de impulsionar a sustentabilidade e a inovação na indústria agrícola brasileira.

Conclusão

 

O cânhamo surge como um catalisador para uma transformação significativa no cenário agrícola. Sua eficiência no uso da água, resistência superior, ciclo de crescimento mais curto e impacto ambiental positivo o destacam como uma alternativa viável e sustentável ao tradicional cultivo de algodão. Ao adotar o cânhamo, os agricultores podem não apenas melhorar sua própria produtividade e rentabilidade, mas também desempenhar um papel crucial na preservação do nosso planeta para as gerações futuras. É hora de abraçar o renascimento do cânhamo e colher os benefícios de uma agricultura mais consciente e sustentável.

Para saber mais sobre o potencial agrícola do cânhamo, assista o terceiro episódio do Deusa Cast: