Pesquisa da Unesc investiga potencial da cannabis no tratamento do Parkinson
Pesquisa aponta resultados promissores e reforça o potencial terapêutico da planta em doenças neurodegenerativas
Publicada em 31/10/2025

studo pioneiro da Unesc avalia os efeitos da cannabis medicinal associada à prática de exercícios em pessoas com Parkinson | Foto: Unesc
A Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) está conduzindo um estudo clínico inédito no Brasil sobre o uso da cannabis medicinal no tratamento da Doença de Parkinson.
A pesquisa, que também envolve a prática regular de exercícios físicos, tem apresentado resultados iniciais promissores e reforça o papel da ciência na busca por alternativas seguras e eficazes para doenças neurodegenerativas.
O projeto é coordenado pelo curso de Educação Física e pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) da Unesc, em parceria com a Associação Brasileira de Parkinson (ABP) e a startup BioCânnabis.
O estudo, que segue até 15 de dezembro de 2025, já conta com 44 voluntários, todos diagnosticados com a doença entre os estágios 1 e 3 e nenhum caso de desistência por efeitos colaterais foi registrado até o momento.
A adesão dos participantes e a ausência de eventos adversos significativos indicam que o estudo tem alcançado bons resultados e se destaca por unir rigor científico e sensibilidade humana.
Cannabis, movimento e qualidade de vida
O protocolo da pesquisa é duplo-cego e randomizado, ou seja, os participantes não sabem se estão recebendo o óleo de cannabis ou um placebo. Metade deles faz uso de um óleo full spectrum, rico em canabinoides, enquanto o outro grupo utiliza uma formulação idêntica, mas sem os princípios ativos da planta.
Todos os voluntários participam de duas sessões semanais de exercícios físicos supervisionados, com duração de 45 minutos, ao longo de 12 semanas. Os treinos incluem alongamentos, atividades aeróbicas, de força e equilíbrio, estratégias fundamentais para manter a autonomia e a coordenação motora, frequentemente comprometidas pelo avanço da doença.
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Além dos acompanhamentos clínicos e físicos, os participantes passam por coletas de sangue antes e após o tratamento. O objetivo é analisar marcadores inflamatórios, bioquímicos e de função hepática e renal, avaliando como o uso da cannabis pode atuar na redução da inflamação, um dos fatores associados à fisiopatologia do Parkinson.
Caminhos para o futuro
Os resultados preliminares indicam que a cannabis medicinal pode representar uma alternativa terapêutica complementar para pessoas com Parkinson, especialmente quando associada a hábitos saudáveis e à prática regular de exercícios.
Para a Unesc, o estudo reforça o compromisso da universidade com a pesquisa científica e o bem-estar humano. A iniciativa busca contribuir para uma nova etapa no tratamento do Parkinson, com base em evidências sólidas e no cuidado integral com o paciente.
Ainda que os dados finais só sejam divulgados após o término da pesquisa, os primeiros passos apontam para um futuro em que a cannabis medicinal poderá ter papel importante na melhoria da qualidade de vida de pessoas com doenças neurodegenerativas, unindo ciência, empatia e inovação.
 
Com informações de Unesc.












