UFPB lança projeto de educação sobre cannabis medicinal para combater desinformação

Iniciativa "Educação Popular - Cannabis-CIM" oferecerá oficinas e podcast para pacientes, cuidadores e profissionais da saúde em parceria com associações

Publicada em 15/11/2025

UFPB lança projeto de educação sobre cannabis medicinal para combater desinformação

A iniciativa "Educação Popular - Cannabis-CIM: Educação em Saúde e Empoderamento de Pacientes e Cuidadores" acaba de ser aprovada no Programa de Bolsas de Extensão (Probex) 2025-2026. Imagem: Canva Pro

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) lançou um projeto focado na educação sobre cannabis medicinal para combater a desinformação. A iniciativa "Educação Popular - Cannabis-CIM: Educação em Saúde e Empoderamento de Pacientes e Cuidadores" acaba de ser aprovada no Programa de Bolsas de Extensão (Probex) 2025-2026. 

O objetivo é esclarecer o potencial terapêutico da planta. Embora seu uso seja permitido e tenha se popularizado no Brasil, o tema continua sendo alvo de debates, principalmente pela associação com o uso recreativo e a criminalização da maconha no país.

A ação de extensão é coordenada por Gabriel Freitas, docente do Departamento de Farmácia e coordenador do Centro de Informação sobre Medicamentos (CIM-UFPB). Segundo ele, o projeto foca em indivíduos com diversas condições clínicas, como epilepsia refratária e esclerose múltipla, que já utilizam ou buscam tratamentos à base de cannabis.

O projeto também visa amparar cuidadores, que necessitam de orientação para lidar com a complexidade do tratamento e a burocracia associada.

Para o docente da UFPB, o estigma é um grande empecilho. “Essa sensação de ‘assunto polêmico’, em que muitos não querem tocar, está totalmente baseada em preconceito e não em ciência. Precisamos de mais ciência sobre a planta e mais divulgação de informações sérias, com evidência robusta”, comentou Gabriel Freitas em nota da UFPB.

 

Médicos também buscam educação sobre cannabis medicinal


A falta de informação qualificada não afeta apenas pacientes. Um relatório do Sechat, da 4ª Medical Cannabis Fair (MCF) de 2025, revelou um dado importante: "Obter conhecimento sobre o uso medicinal da Cannabis" é a principal preocupação dos 1.201 médicos visitantes. 

Cerca de 30% desses médicos, incluindo prescritores (72,59%) e não prescritores (27,41%), foram ao evento com esse objetivo.

O relatório também apontou que, entre os médicos que não prescrevem a cannabis, 78,41% afirmaram que o principal motivo é a "falta de conhecimento". O projeto da UFPB busca suprir essa lacuna.

 

Como o projeto da UFPB irá atuar?


Para alcançar o público, que muitas vezes recorre a associações para adquirir produtos com CBD e THC de forma acessível, o projeto atuará em parceria com duas instituições: a Associação Liga Canábica, em João Pessoa (PB), e a Associação Reconstruir Cannabis, em Natal (RN).

A iniciativa pretende atingir um público de cerca de 300 pessoas. Serão realizadas oficinas educativas, em formato remoto e presencial, para munir esse público de informações seguras. “Queremos combater a desinformação, capacitar profissionais e empoderar pacientes”, explicou Gabriel Freitas.

Além das oficinas, a ideia é aproveitar o potencial das mídias digitais. O projeto investirá na criação de um podcast, cujos episódios serão disponibilizados em diferentes plataformas. Mais detalhes serão divulgados no Instagram do CIM-UFPB.

 

Com informações de UFPB