Psilocibina desponta como alternativa inovadora e humana no cuidado com a dor crônica
Pesquisas com psilocibina apontam uma nova fronteira no tratamento da dor crônica, unindo ciência e empatia para oferecer alívio duradouro e melhor qualidade de vida a milhões de pessoas
Publicada em 27/10/2025

Quando a ciência encontra a empatia: substância natural mostra potencial para aliviar a dor crônica | CanvaPro
A dor crônica é silenciosa, mas constante. Ela limita movimentos, rouba o sono e, muitas vezes, a esperança. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um terço da população mundial convive com algum tipo de dor persistente, uma condição que desafia pacientes e profissionais de saúde há décadas. Agora, uma nova possibilidade terapêutica começa a ganhar espaço: a psilocibina, substância natural encontrada em certos tipos de cogumelos, vem sendo estudada por seu potencial de aliviar a dor de forma profunda e duradoura.
Diferente dos analgésicos convencionais, que apenas mascaram sintomas, a psilocibina atua em múltiplos níveis: reduz inflamações, modula receptores ligados à serotonina e estimula a neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de criar novas conexões e reorganizar circuitos que mantêm o ciclo da dor. Pesquisas recentes, como o estudo “Psilocibina como um novo tratamento para dor crônica” publicado no British Journal of Pharmacology, apontam que o composto pode oferecer alívio prolongado com apenas uma ou poucas doses, sem os riscos de dependência associados aos opióides.
Uma abordagem que une ciência e empatia

Os resultados são promissores em casos de dor neuropática, fibromialgia, cefaleias recorrentes e dor oncológica. Em experimentos com animais, uma única dose de psilocibina reduziu comportamentos de dor por até dez semanas. Já em ensaios clínicos com humanos, pacientes com enxaqueca e dor associada ao câncer relataram melhora sustentada tanto na intensidade da dor quanto no bem-estar emocional.
“Estamos diante de uma mudança de paradigma. A psilocibina não atua apenas sobre a dor física, mas também sobre o sofrimento emocional que a acompanha. É uma abordagem que combina ciência, empatia e inovação terapêutica”, explica o médico e pesquisador Dr. Lucas Cury, pós-graduado em neurologia.
Caminhos para o futuro
Reconhecida pelo FDA (agência regulatória dos Estados Unidos) como terapia inovadora (Breakthrough Therapy) para depressão resistente, a psilocibina começa a ser vista também como uma aliada no tratamento da dor crônica, condição que compartilha mecanismos semelhantes, como processos inflamatórios e desregulação da serotonina.
Com base nesses achados, Dr. Cury tem se dedicado à difusão científica e à construção de protocolos clínicos que garantam o uso terapêutico responsável e seguro de psicodélicos. A iniciativa acompanha um movimento global de revisão das práticas em saúde mental e manejo da dor, um caminho que aponta para um futuro onde ciência e humanização caminham lado a lado, oferecendo novas formas de cuidar e aliviar o sofrimento.



