Cogumelo shiitake pode virar chip vivo e sustentável, dizem pesquisadores

Tecnologia inspirada em fungos promete chips cultivados e sustentáveis

Publicada em 27/11/2025

Quando a tecnologia brota da terra: você sabia que cogumelos que podem guardar memórias?

A surpreendente inteligência dos fungos: o dia em que cogumelos viraram chips | CanvaPro

Em um laboratório dos Estados Unidos, pesquisadores começaram a olhar para um ingrediente comum da cozinha, o cogumelo shiitake, e enxergaram algo que pode transformar o futuro da tecnologia. 


O micélio, a rede de filamentos que forma a base dos fungos, demonstrou a capacidade de armazenar informações, quase como um pequeno computador vivo. A descoberta, segundo o site Earth.com, abre caminho para chips mais sustentáveis e inspirados pela natureza.


Fungos que aprendem e lembram


O estudo observou que a estrutura do micélio reage a estímulos elétricos, mudando sua resistência e criando padrões semelhantes aos de uma “memória biológica”. 


De acordo com o site, os cientistas testaram a capacidade desses fungos de alternar estados elétricos milhares de vezes por segundo, um comportamento essencial para o armazenamento de dados.


Os pesquisadores explicam que, com o tempo, o material fúngico passa a reconhecer e estabilizar certos padrões, como se estivesse “aprendendo”. É um processo comparável ao funcionamento básico de redes neurais artificiais, só que cultivado, não fabricado.
 

Outro ponto curioso é que os chips vivos podem “hibernar”: depois de secos ao sol, basta borrifar água para reativar suas funções elétricas. Ainda segundo o site, esse processo de reidratação preserva o desempenho e evita danos estruturais.
Inovação que nasce da terra


Para criar esses protótipos, a equipe cultivou cogumelos em uma mistura de materiais orgânicos, como trigo e feno. A proposta é simples: tecnologias complexas construídas com recursos acessíveis, biodegradáveis e de baixo impacto ambiental.


Ainda segundo o site Earth.com, a resistência natural do shiitake a condições extremas, graças ao composto lentinana, pode tornar essa tecnologia útil até em ambientes hostis, como missões espaciais. Além disso, a possibilidade de “cultivar” um chip reduz a dependência de minerais raros e processos industriais pesados.


Os pesquisadores acreditam que essa abordagem pode evoluir para diferentes escalas: desde dispositivos vestíveis até grandes sistemas computacionais. Para eles, unir natureza e tecnologia não é apenas possível, mas sim, um caminho promissor para um futuro mais sustentável.

Com informações de Earth.com.