Um ensaio aberto conduzido no Sheppard Pratt Hospital, nos EUA, feito por pesquisadores das universidades de Maryland, Stanford e Columbia, avaliou a segurança e eficácia da psilocibina sintética em pacientes com depressão severamente resistente ao tratamento (DRT). A pesquisa foi publicada no American Journal of Psychiatry em 20 de dezembro de 2024. Ela envolveu 12 participantes, documentando resultados promissores após uma dose única de 25 mg.

O Renascimento Psicodélico

Três décadas após os primeiros estudos clínicos sobre psicodélicos, a ciência psiquiátrica celebra um momento de renovação. Após anos à margem da ciência, os psicodélicos ganharam espaço em publicações como Nature Medicine, New England Journal of Medicine e American Journal of Psychiatry. 

Com mais de mil participantes em estudos clínicos e investimentos bilionários no setor, a pesquisa psicodélica tem alcançado reconhecimento, trazendo esperanças para o tratamento de condições resistentes, como depressão e TEPT.

Metodologia do estudo

O estudo acompanhou indivíduos com idades entre 18 e 65 anos que não haviam respondido a pelo menos cinco tratamentos anteriores para depressão. Os medicamentos psicotrópicos foram suspensos duas semanas antes da administração da psilocibina e os pacientes passaram por três sessões preparatórias com terapeutas antes e depois da dosagem.

A medida primária de avaliação foi a alteração na escala de depressão de Montgomery-Åsberg (MADRS) três semanas após o tratamento. Resultados adicionais foram coletados até 12 semanas, considerando também escalas autoavaliativas de depressão e funcionalidade.

Resultados e descobertas

Os sintomas depressivos mostraram redução significativa:
Semana 3: queda média na pontuação MADRS de −15,8.
Semana 12: redução média de −17,2.

Os pacientes que vivenciaram uma maior dimensão de Oceanic Boundlessness durante a experiência psicodélica apresentaram respostas antidepressivas mais robustas. Contudo, aqueles com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) comórbido tiveram uma resposta reduzida ao tratamento.

Implicações e próximos passos

O estudo reforça o potencial da psilocibina como alternativa viável para depressão resistente, especialmente em casos graves. Apesar dos resultados promissores, são necessários mais estudos controlados para confirmar a eficácia, explorar interações com condições como TEPT e garantir a segurança do tratamento em larga escala.

A pesquisa destaca uma nova fronteira no uso terapêutico de psicodélicos, oferecendo esperança para pacientes com opções limitadas.

Com informações do American Journal of Psychiatry.