“Quando os receptores canabinoides são ativados, uma série de mecanismos fisiológicos entram em ação”, explica o Dr. Wellington Briques
Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal destaca inovações no estudo do Sistema Endocanabinoide e seu impacto no tratamento de doenças complexas
Publicada em 24/01/2025
Imagem: Canva Pro
Em 1992, uma descoberta revolucionou a ciência: a identificação do Sistema Endocanabinoide (SEC). Liderados pela cientista Allyn Howlett e pelo renomado pesquisador Raphael Mechoulam, especialistas mapearam um sistema presente em todos os mamíferos, incluindo humanos, capazes de interagir com compostos como o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD).
O SEC, encontrado nas células, órgãos e sistema imunológico, desempenha um papel crucial na manutenção da homeostase, no equilíbrio interno do organismo. Esse sistema regula funções fisiológicas essenciais, como apetite, dor, inflamação, metabolismo, sono e humor. “Quando os receptores canabinoides são ativados, uma série de mecanismos fisiológicos entram em ação”, explica o Dr. Wellington Briques.
Nos últimos anos, avanços importantes expandiram o conhecimento sobre a SEC. Além dos já conhecidos receptores CB1 e CB2, surgiram evidências sobre o papel de outros receptores, como o GPR55 e o TRPV1, na regulação de processos fisiológicos. "Hoje, temos uma base sólida de evidências que validam a relevância do SEC em várias condições médicas, com estudos revisados por pares documentando a influência dos canabinoides em processos inflamatórios e neurodegenerativos", afirma o Dr. Briques.
Apesar dos progressos, o Dr. Briques ressalta os desafios na prática clínica, especialmente devido à complexidade do sistema e às variações individuais. Cada paciente responde de maneira única aos tratamentos com canabinoides, tornando essencial uma abordagem personalizada.
Busca por informações e impacto no paciente
Com o aumento do interesse nos benefícios terapêuticos da cannabis, o 4º Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal (CBCM), que será realizado de 22 a 24 de maio, em São Paulo, destaca-se como o espaço ideal para troca de novas informações. O evento reunirá mais de 100 especialistas que irão discutir as inovações e aplicações terapêuticas da SEC. Um dos destaques será o módulo “Medcan Sistema Endocanabinoide”, direcionado para médicos e pesquisadores interessados em aprofundar seus conhecimentos.
O entendimento do SEC permite tratamentos mais personalizados, tendo em vista que as variações genéticas individuais podem influenciar como cada pessoa metaboliza e responde aos canabinoides. “Por exemplo, alterações no gene que codifica a enzima FAAH podem afetar os níveis de anandamida, impactando a eficácia terapêutica”, explica o médico.
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Embora o número de estudos sobre a cannabis tenha crescido nos últimos anos, ainda há resistência entre alguns profissionais da saúde. “A falta de conhecimento sobre o SEC e os estigmas sociais em torno da cannabis são os principais obstáculos”, observa. No entanto, iniciativas como o CBCM estão ajudando a mudar essa percepção, ampliando o acesso a informações e qualificando mais profissionais.
Lacuna e futuro das pesquisas
Briques destaca que ainda há muito a ser explorado "As variações genéticas e a interação do SEC com outros sistemas biológicos, como o endócrino e cardiovascular, precisam de estudos mais aprofundados". Ele também ressalta a necessidade de pesquisas com populações, como idosos e crianças, para avaliar a segurança e eficácia do uso prolongado de canabinoides.
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