IRCCA enfrenta desafios na regulação da cannabis com retorno de Martín Rodriguez ao comando
Ex-diretor reassume o cargo em meio a desafios na oferta do produto e na consolidação do mercado legal no Uruguai
Publicada em 20/03/2025

Imagem ilustrativa: IA
O governo uruguaio teve que selecionar um novo diretor do Instituto de Regulação e Controle da Cannabis (IRCCA) após o declínio de Daniel Radio, a quem foi oferecido, e aceitou, o cargo em primeira instância. A Radío, pertencente ao Partido Independente que fez parte da coligação do anterior governo de Luis Lacalle Pou, decidiu reverter a sua decisão depois de considerar que este cargo era para alguém com perfil gerencial e não político, segundo declarações ao jornal El País. O líder do Partido Independente foi secretário do Conselho Nacional sobre Drogas, foi um dos poucos cargos que teve continuidade no próximo governo da Frente Ampla que tem Yamandú Orsi como presidente.
Quem finalmente ocupará o cargo será Martín Rodriguez, que já foi diretor do IRCCA entre 2016 e 2020, durante o segundo governo da Frente Ampla Tabaré Vázquez. Rodriguez é formado em Ciência Política e esteve no cargo até alguns meses depois da posse de Luis Lacalle Pou. A Rádio lembrou isso em seu E acrescentou que acolheu com satisfação a notícia da sua nomeação.
Em seus últimos meses à frente do IRCCA, em janeiro de 2020, Rodriguez reivindicou a lei de regulamentação da cannabis aprovada no Uruguai em 2013. Em diálogo com o jornal chileno La Tercera, destacou que, até aquele momento, perto de US$ 30 milhões não foram para o mercado ilegal, se fosse considerada a totalidade da cannabis produzida no âmbito da regulamentação. Sobre o impacto da regulação nos níveis de violência no país, disse que não houve nenhum estudo que permitisse associar o aumento dos casos de homicídio à regulação do mercado de cannabis.
"Foram mais de 600 mil transações em farmácias. Nem elas nem as empresas que produzem ou distribuem foram alvo de crimes contra o patrimônio. A implementação tem sido muito calma e ordenada com problemas como a disponibilidade que termina com filas para acesso ao produto", acrescentou.