Zurique estende teste de venda regulamentada de cannabis até 2028
A iniciativa, que já reúne mais de 2.300 participantes, busca compreender os impactos sociais e de saúde do consumo controlado, aproximando o debate da vida real e do bem-estar coletivo
Publicada em 22/10/2025

Zurique amplia projeto de venda de cannabis e reforça aposta em um consumo consciente | CanvaPro
Em Zurique, o que começou como um experimento restrito acabou ganhando fôlego e propósito. A cidade suíça decidiu prolongar até 2028 o seu projeto-piloto de venda regulamentada de cannabis, o “Züri-Can”. Segundo informações do site Newsweed, a iniciativa, que deveria terminar em 2026, mostrou resultados tão promissores que mereceu mais tempo para amadurecer.
A proposta é simples, mas de grande impacto: compreender como a legalização controlada pode influenciar o consumo, a saúde pública e o mercado ilegal. Hoje, mais de 2 300 pessoas participam do estudo, número que deve chegar a 3 000 até o fim do período.
Resultados que contam histórias
Mais do que estatísticas, o projeto começa a revelar histórias de vida. Até o momento, mais de 90% dos participantes já compram seus produtos por vias regulamentadas, deixando de recorrer ao mercado negro.
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“Os participantes apreciam o fato de já não precisarem comprar no mercado negro; podem consumir em um ambiente não estigmatizado, receber orientações e não são julgados”, relatou Thilo Beck, um dos responsáveis pelo estudo, ao site Newsweed.
A fala reflete um dos grandes trunfos da experiência: devolver dignidade a quem antes era empurrado para a clandestinidade. E ao fazer isso, Zurique não apenas coleta dados, cria pontes entre política pública e bem-estar.
Um tempo a mais para compreender
Com o prolongamento, o governo local também investirá mais 800 000 francos suíços para ampliar a amostra e incluir perfis ainda pouco representados, como mulheres e consumidores ocasionais.
Segundo o Newsweed, o objetivo é capturar uma visão mais diversa e real do consumo regulado, aproximando o debate da vida cotidiana. A associação responsável pelo estudo resume bem a proposta ao afirmar que “os participantes representam o seu filho, a sua filha ou a sua avó”, lembrando que, por trás da palavra “cannabis”, há pessoas comuns buscando alternativas mais seguras e conscientes.
Com informações de Newsweed.