China entra na indústria canábica

Publicada em 22/05/2019

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Duas regiões rurais da China já estão liderando o início do cultivo de cannabis para produzir o canabidiol, embora o canabidiol não tenha sido autorizado para consumo na China, um país com uma política de fiscalização de drogas das mais rígidas do mundo.

A legalização do THC não tem nenhuma chance de acontecer na China, segundo reportagem de desta que do respeitado jornal The New York Times. Mas o abrandamento do estigma da planta na América do Norte está gerando um mercado global de medicamentos - especialmente o canabidiol – e as empresas da China estão correndo para participar dele.

A reportagem do Times visitou uma parte da zona rural da província de Yunnan, onde uma empresa já cultiva mais de 1.600 acres de cânhamo, a variedade de cannabis que também é usada para fazer corda, papel e tecidos. Trabalho feito por uma fábrica que abriu há dois anos.

A República Popular da China, após sua fundação em 1949, adotou uma linha dura sobre drogas ilegais, e o cultivo e o uso de maconha são estritamente proibidos até hoje, com os traficantes enfrentando a pena de morte em casos extremos.

Depois de assinar a Convenção das Nações Unidas sobre Substâncias Psicotrópicas em 1985, a China foi ainda mais longe. Proibiu todo o cultivo de cânhamo - que há muito tempo era cultivado em Yunnan, uma província montanhosa que faz fronteira com Mianmar, Laos e Vietnã e está entre as mais pobres da China.

Os agricultores produziram cânhamo para fabricar têxteis, e a China o baniu, apesar de possuir apenas vestígios de tetrahidrocanabinol, ou THC. A China cedeu ao cânhamo industrial apenas em 2010, permitindo que Yunnan retomasse a produção.

Em fevereiro de 2019, a província concedeu uma licença para três de instalação para empresas que querem explorar este negócio e também a cannabis medicinal. Embora os benefícios para a saúde do canabidiol demandam mais pesquisas, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos aprovou no ano passado o primeiro uso dele como uma droga para tratar duas formas raras e graves de epilepsia. Outros usos potenciais estão sendo estudados.

A China permite a venda de sementes de cânhamo e óleo de cânhamo e o uso de CBD em cosméticos, mas ainda não aprovou o canabidiol para uso em alimentos e medicamentos.

Fonte: The New York Times