Em reunião tensa e com agressão física, votação do PL 399 é adiada novamente

Durante toda reunião o clima foi marcado por discussões acaloradas, trocas de acusações e gritos; deputados contrários ao PL usaram de inúmeras estratégias regimentais para tentar interromper a votação e cancelar a reunião

Publicada em 18/05/2021

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Charles Vilela

A reunião da Comissão Especial que trata substitutivo ao PL 399/2015 que ocorreu hoje (18) a partir das 9h na Câmara dos Deputados foi encerrada antes das 14h30 adiando novamente a votação do texto relatado pelo deputado Luciano Ducci (PSB-PR).

Já estava no momento da leitura do relatório final quando o parlamentar solicitou mais tempo para avaliar junto a sua assessoria jurídica a possibilidade de incluir no substitutivo algumas alterações, que segundo ele seriam oportunas, e que foram sugeridas durante a sessão.

Até o fechamento desta matéria, não havia sido definida nova data para a reunião final de leitura do relatório, em que deve ser votado o PL 399/2015.

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Durante toda a reunião o clima foi tenso e marcado por discussões acaloradas, trocas de acusações, gritos e, até mesmo, agressão física. Por volta das 11h30, numa das diversas tentativas de deputados contrários do PL em interromper a votação do projeto e cancelar a atividade, o deputado Diego Garcia (Pode-PR) levantou-se do plenário onde estava sentado e foi até a mesa de coordenação da reunião onde estavam Ducci e o presidente da comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

Aos gritos, Garcia avançou sobre Teixeira, deu um tapa no notebook usado pelo parlamentar e empurrou o presidente da comissão, que nesse momento encontrava-se sentado. Garcia teve que ser contido por outros deputados.

A discussão durou alguns minutos e, aos poucos, o trabalho foi retomado. Diversos parlamentares, principalmente os defensores do PL 399/2015, saíram na defesa de Teixeira, que declarou que irá levar o caso à Comissão de Ética da Câmara. Alguns dos parlamentares se ofereceram para testemunhar a favor do presidente da comissão.

Reprodução Twitter

Cerca de uma hora depois do ocorrido, Garcia negou que tenha agredido o presidente da comissão justificando sua atitude pelo fato de que a pauta da sessão teria sido "atropelada" por Teixeira. "Estão me acusando erroneamente de ter agredido o presidente da Comissão do PL 399, que quer liberar a maconha no Brasil", disse o parlamentar numa rede social. "Não foi isso o que aconteceu e as imagens confirmam o que estou dizendo. Reagi ao atropelo do presidente ao acordo feito por ele mesmo com os deputados."