8 em cada 10 pacientes trocam remédios por maconha, aponta pesquisa
Nova pesquisa com 485 participantes aponta alívio da dor e menos opioides
Publicada em 04/07/2025

8 em cada 10 usam cannabis no lugar de fármacos | Reprodução IA
Há quem diga que a cura mora na terra. Que o alívio, por vezes, tem cheiro de mato e sabor de liberdade. Para milhares de pessoas ao redor do mundo, essa cura tem nome, cor e história: cannabis. Uma nova pesquisa da NuggMD, plataforma de telessaúde especializada em cannabis, indica que uso da maconha como substituta de medicamentos tradicionais é uma realidade consolidada entre os consumidores.
Dos 485 participantes entrevistados, 79,6% afirmaram usar cannabis em algum grau como alternativa aos fármacos prescritos. E não estamos falando apenas de pacientes com acesso oficial a tratamentos. A maioria das pessoas ouvidas sequer possui uma receita de cannabis medicinal, o que aponta para um uso disseminado, popular e, muitas vezes, clandestino, ainda que legal em algumas regiões dos Estados Unidos.
“Os interesses farmacêuticos sabem que o efeito de substituição que a cannabis tem em seus produtos é real. A proibição federal fixa uma grande demanda por medicamentos viciantes e potencialmente fatais, privando milhões de americanos do acesso legal à planta”, afirmou Andrew Graham, chefe de comunicações da NuggMD.
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Entre a dor e o direito de escolher
A pesquisa revela o que a medicina já começa a comprovar com mais força: a cannabis tem papel efetivo no alívio da dor, no tratamento de doenças crônicas e no desmame de opioides, substâncias amplamente prescritas e associadas a dependência química e overdose.
Em um dos dados mais contundentes, a estimativa é que cerca de 40 milhões de americanos estejam recorrendo à cannabis como substituto farmacêutico. Um número que, segundo analistas, representa bilhões de dólares em perdas anuais para a indústria farmacêutica.
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A ciência começa a acompanhar
Outros estudos recentes reforçam o potencial terapêutico da cannabis. Em estados americanos onde a planta foi legalizada, já se nota queda no número de prescrições de opioides, redução de custos com indenizações trabalhistas e, mais importante, diminuição nas mortes por overdose.
Em Utah, por exemplo, dados mostram que a disponibilidade de cannabis legal reduziu o uso de opioides entre pacientes com dor crônica, contribuindo para a queda no número de mortes por medicamentos prescritos.
Em Minnesota, um relatório oficial apontou que pacientes com dor crônica que ingressaram no programa estadual de cannabis medicinal relataram melhora significativa após poucos meses de tratamento.
E não para por aí. Um efeito semelhante tem sido observado no setor de bebidas alcoólicas. O consumo de cannabis tem substituído, para muitos, o uso recreativo de álcool, em especial entre jovens adultos.