Cannabis e saúde mental: o canabidiol pode substituir os medicamentos alopáticos?
Especialista explica em quais casos o tratamento com canabidiol é recomendado e conta com estudos avançados
Publicada em 21/12/2023
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Por redação Sechat
Dados levantados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas no mundo: 9,3% da população. Outro alerta vermelho levantado no país também diz respeito a saúde mental, já que, ainda de acordo com a OMS, o Brasil é o país com a maior prevalência de casos de depressão na América Latina, com 5,8% da população brasileira vivendo com a doença.
O crescimento exponencial do número de pacientes acometidos ao longo da vida por transtornos de saúde mental aumenta também a busca por soluções menos “agressivas” a saúde, já que cada vez mais a dependência química, estimulada por medicamentos, se transforma em mais um problema de saúde pública. Uma das vertentes de tratamentos que está se mostrando cada vez mais promissora é o uso do canabidiol (CBD), um dos ativos derivados da Cannabis Sativa, popularmente conhecida como maconha.
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“Hoje, vemos cada vez mais pacientes se beneficiando dos efeitos do canabidiol na saúde, principalmente para aliviar alguns sintomas de ansiedade, depressão, transtorno bipolar e outras condições psiquiátricas”, explica Vitor Brasil, médico responsável pelo 1º Centro de Acolhimento de Medicina Canabinoide do Brasil, que funciona na Santa Casa de Curitiba.
Nos casos específicos de ansiedade e depressão, a cannabis pode ser utilizada como uma opção complementar ao tratamento convencional, já que, por possuir efeito relaxante, seu uso auxilia no alívio de sintomas relacionados a disfunções de sono, tensão muscular, tremedeiras, fadiga e ansiedade em si. “A cannabis age diretamente nos receptores do sistema endocanabinóide (SEC) do organismo. O SEC é responsável por regular várias funções do corpo humano, incluindo o sono, o humor e a resposta ao estresse, e a ação da cannabis nele ajuda a reduzir a ansiedade e a promover a sensação de relaxamento”, explica.
Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal
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O especialista ainda explica que, quando comparado aos medicamentos alopáticos, a cannabis com uso terapêutico apresenta menos efeitos colaterais, por ser um produto de origem natural. “Os efeitos colaterais do uso da cannabis podem variar de pessoa para pessoa e dependem de fatores como a dose, a forma de consumo e a sensibilidade individual, contudo, podem ser considerados menos agressivos do que a maioria dos medicamentos químicos”, complementa.
Vale salientar que o CBD deve ser utilizado como parte de um tratamento mais amplo, que pode incluir terapia, mudanças de estilo de vida, e em muitos casos, prescrição de outros medicamentos. “É de suma importância observar que o uso da cannabis para fins medicinais deve ser realizado sob supervisão médica adequada. Cada caso deve ser avaliado individualmente, considerando os riscos e benefícios específicos. Somente um médico capacitado poderá determinar se a cannabis é uma opção adequada e segura para o paciente”, completa o médico.