As indústrias do vinho e do cânhamo podem estar à beira de uma colaboração surpreendente, de acordo com um novo estudo que examinou a interação entre essas culturas aparentemente distintas. Realizado ao longo de três anos em vinhedos de Sauvignon Blanc na Nova Zelândia, a pesquisa liderada pela viticultora Kristy Harkness e pelo especialista em viticultura Dr. Mark Krasnow, revelou que o cânhamo poderia desempenhar um papel vital como cobertura de parreiras. 

A pesquisa descobriu que o cânhamo não só coexistia harmoniosamente com as videiras, mas também impactava positivamente os solos e a qualidade dos vinhos produzidos. Mesmo durante a estação seca, o cânhamo crescia sem a necessidade de irrigação suplementar, algo que outras culturas não conseguiam. Essa característica permitiu que as plantas de cânhamo absorvessem carbono por mais tempo durante a estação, um benefício ambiental notável. 

Para regiões como a Califórnia, onde as indústrias de vinho e cânhamo estão em expansão, essas descobertas podem ser revolucionárias. Além da adaptação às condições dos vinhedos, o cânhamo, segundo o estudo, também melhorava a qualidade do vinho, com uma maior diversidade de leveduras nas áreas de cultivo, criando vinhos perceptivelmente “superiores”. 

Essa pesquisa levanta a possibilidade de uma nova abordagem para o cultivo de vinhedos, onde o corte de grama tradicional seria substituído por uma cobertura mista de culturas, incluindo o cânhamo. Isso não apenas melhoraria a qualidade das uvas e economizaria recursos, mas também beneficiaria o solo e o meio ambiente. A colaboração entre o cânhamo e o vinho pode ser a chave para um futuro mais sustentável e de melhor qualidade para ambas as indústrias.