A busca por tratamentos eficazes para os Sintomas Comportamentais e Psicológicos da Demência (SCPD) na doença de Alzheimer continua a ser uma prioridade na medicina. Recentemente, um estudo explorou o potencial do canabidiol (CBD), como uma alternativa terapêutica promissora para esses sintomas debilitantes.

Estrutura e metodologia do estudo

Neste ensaio clínico de fase dois, pesquisadores conduziram um estudo controlado, duplo-cego e randomizado para avaliar os efeitos do CBD em pacientes com doença de Alzheimer e SCPD. A pesquisa incluiu participantes com 55 anos ou mais, diagnosticados com a doença e que apresentavam sintomas comportamentais significativos, como agitação, ansiedade, alucinações e delírios. Os critérios de inclusão foram estabelecidos com base na pontuação do Inventário Neuropsiquiátrico (INP), garantindo que os participantes tivessem um nível mínimo de gravidade dos sintomas.

Os voluntários foram divididos aleatoriamente em dois grupos. Um grupo recebeu doses de CBD, enquanto o outro recebeu um placebo, ambos administrados ao longo de seis semanas. Os desfechos primários do estudo foram a aceitabilidade do tratamento, a adesão dos participantes e as taxas de retenção. Além disso, foram avaliadas a segurança e a tolerabilidade do CBD, bem como os impactos clínicos e cognitivos nos pacientes.

Resultados  

Os resultados do ensaio mostraram-se promissores, indicando que o derivado da cannabis pode ser uma opção terapêutica viável para os sintomas comportamentais da doença de Alzheimer.  

“O tratamento com CBD foi bem tolerado pelos participantes, com altas taxas de adesão e retenção, sugerindo que os pacientes estavam dispostos a continuar o tratamento durante todo o período do estudo”, destacou os autores que reforçam:

“Em termos de eficácia clínica, os participantes que receberam CBD apresentaram uma redução significativa nos sintomas de ansiedade e agitação em comparação com o grupo placebo. Esses achados sugerem que a substância pode ajudar a aliviar alguns dos sintomas mais perturbadores da doença de Alzheimer, proporcionando uma melhor qualidade de vida para os pacientes”.

Embora os resultados deste ensaio sejam preliminares, eles fornecem uma base sólida para futuros estudos de maior escala que possam confirmar e expandir essas descobertas. A pesquisa contínua sobre o uso medicinal do canabidiol pode abrir novas perspectivas para o tratamento de sintomas comportamentais na demência, oferecendo esperança para pacientes e suas famílias que enfrentam os desafios da doença de Alzheimer.