Como a energia solar pode revolucionar a produção de cannabis

Soluções sustentáveis estão transformando esse cenário e reduzindo custos

Publicada em 22/05/2025

Como a energia solar pode revolucionar a produção de cannabis

Cultivo de cannabis Indoor. Imagem Ilustrativa: Canva pro

Cultivar cerca de dois quilos de cannabis em ambientes fechados pode consumir tanta eletricidade quanto uma casa média dos Estados Unidos usa em um ano. Atualmente, o cultivo de cannabis representa cerca de 1% do consumo anual de eletricidade no país, com projeção de atingir 3% até 2035.

Em outras palavras, uma operação de cultivo pode demandar tanta energia quanto um data center. Nesse contexto, a geração solar no local surge como uma solução estratégica para reduzir os custos operacionais dos produtores.

 

Por que o cultivo indoor consome tanta energia?

 

A cannabis é frequentemente cultivada em ambientes fechados para permitir maior controle sobre temperatura, iluminação e umidade. Embora essa abordagem proporcione produtos de maior qualidade, ela demanda dezoito vezes mais energia do que o cultivo ao ar livre.

O motivo está na necessidade de luz constante e condições atmosféricas específicas. As luzes de cultivo internas geram calor intenso, o que exige sistemas robustos de ar-condicionado, além de desumidificadores e bombas de água em escala comercial para garantir uma irrigação adequada e evitar o crescimento de mofo — um dos maiores desafios nesse tipo de cultivo.

 

Impacto energético em cidades americanas

 

Os números impressionam. Em Denver (Colorado), houve um aumento de 45% na carga da rede elétrica após a legalização da maconha. Já a Pacific Power Utility, em Portland, reportou sete quedas de energia em instalações de cultivo.

Para conter o problema, cidades como Boulder (Colorado) e Arcata (Califórnia) implementaram tarifas específicas ou impostos elevados sobre consumo excessivo de energia. Estados como Connecticut, onde a cannabis foi recentemente legalizada, enfrentam um dilema: promover o mercado legal sem agravar os altos custos de eletricidade.

 

Como tornar o cultivo de cannabis mais sustentável?

 

Produtores podem aumentar sua margem de lucro ao integrar sistemas de geração solar e armazenamento de energia. A empresa Solar Cannabis Company, sediada em Massachusetts, é um exemplo de sucesso: implementou uma microrrede capaz de alimentar suas operações com mais de 5 megawatts de energia solar, reduzindo em 40% o consumo energético previsto e em 60% as emissões de carbono.

Além disso, instalações que adotam baterias como fonte de backup se beneficiam de maior proteção contra perdas de colheitas causadas por quedas de energia, evitando prejuízos mesmo em interrupções breves.

 

O apelo comercial do cultivo sustentável de cannabis

 

Adotar práticas sustentáveis traz ganhos além da economia. Um estudo revelou que a pegada de carbono de quase 1 kg de cannabis é equivalente a 4,6 kg de dióxido de carbono — o mesmo que um carro médio emite por ano.

Cada vez mais, consumidores priorizam produtos de empresas ecologicamente responsáveis. Anunciar que a cannabis foi cultivada com energia solar pode se tornar um diferencial competitivo no mercado.

 

Conteúdo publicado originalmente por El Planteo