Ansiedade que aperta o peito, acelera o coração e tira o sono. De acordo com dados da OMS, cerca de 300 milhões de pessoas no mundo sofrem de transtornos de ansiedade. Esses transtornos podem se manifestar de diversas formas, como ataques de pânico, fobias, transtorno de ansiedade generalizada e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). A ansiedade pode afetar significativamente a qualidade de vida, o desempenho no trabalho e os relacionamentos pessoais. Essa realidade nem sempre é transformada com o uso dos medicamentos tradicionais não trazem alívio suficiente ou vêm acompanhados de efeitos colaterais indesejados. Nesse cenário, o canabidiol (CBD), substância extraída da Cannabis sativa, surge como uma esperança.

Uma revisão publicada na Research, Society and Development analisou 17 estudos recentes e apontou que o CBD tem potencial ansiolítico, ajudando a reduzir comportamentos temerosos e a promover sensação de calma. Mais que isso: a substância mostrou perfil de segurança favorável e baixo risco de dependência.

Alívio sem os efeitos colaterais comuns

Segundo os autores, o CBD atua em áreas do cérebro associadas à ansiedade, como a amígdala e o hipocampo, modulando respostas emocionais e inflamatórias. Em alguns casos, doses relativamente baixas, entre 20 e 80 mg por dia, já trouxeram resultados positivos, bem abaixo do que se vê em protocolos tradicionais.

Outro dado relevante é que, ao ser administrado por via oral, o CBD não se transforma em THC, o composto responsável pelos efeitos psicoativos da cannabis, reforçando sua segurança.

Um caminho que ainda pede mais certezas

Apesar do entusiasmo, os pesquisadores lembram que há muitas perguntas em aberto: qual a dosagem ideal? Por quanto tempo o tratamento deve ser feito? Como o CBD interage com outros medicamentos? Além disso, a falta de regulamentação sobre os produtos disponíveis no mercado gera insegurança para pacientes e médicos.

Ainda assim, a revisão conclui que o canabidiol desponta como uma alternativa menos prejudicial em comparação a fármacos tradicionais para ansiedade. Mas deixa um alerta: só a continuidade das pesquisas clínicas poderá transformar essa promessa em um tratamento consolidado.

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