Na manhã da segunda-feira, 28 de abril, teve início o 2º Simpósio CANN&QUIM, realizado no Auditório Afonso Sena, no Centro de Ciências da Natureza (CCN) da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Com programação até o dia 30 de abril, o evento tem como foco a Química das Sementes, Cultivo, Pesquisa e Regularização de Produtos Derivados da Cannabis.

Promovido em parceria com o Conselho Federal de Química (CFQ) e o Conselho Regional de Química da 18ª Região (CRQ-18), o simpósio reúne profissionais, pesquisadores, docentes e estudantes para debater o uso responsável e seguro da Cannabis, sempre com base em evidências científicas.

O superintendente da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (SESAPI), Dirceu Hamilton Cordeiro Campêlo, destacou a relevância do simpósio para a gestão pública e a integração da Cannabis medicinal ao Sistema Único de Saúde (SUS).

“Fomentar esse tipo de discussão, para que possamos ter terapias realmente validadas e que não sobrecarreguem o governo nem o sistema judiciário, é uma das nossas prioridades. Portanto, estamos de portas abertas para apoiar esse tipo de evento”, reforçou o gestor.

A bióloga molecular e palestrante convidada Daniela Bittencourt apresentou o programa de pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) voltado ao estudo das sementes de Cannabis. Durante sua fala, ressaltou os benefícios da planta:

“Começamos a discutir sobre a importância da Cannabis, não só para a sociedade, mas também para fins medicinais, e o impacto positivo que ela pode trazer para o negócio, verificando as questões legais e a definição de um programa de pesquisa com Cannabis na Embrapa".

Combate ao preconceito e valorização da ciência

A presidenta do CRQ-18, Sandra Maria de Sousa, reforçou o compromisso da comunidade científica em desconstruir preconceitos: “Temos batalhado na ciência para provar e desmarginalizar a questão da Cannabis, que ainda causa transtornos e até certo desconforto quando é discutida. Mas, quando conversamos com as famílias que realmente precisam desse óleo, a história é completamente diferente.”

Durante a cerimônia de abertura, o vice-reitor da UFPI, Edmilson Moura, enfatizou o papel da universidade no avanço da pesquisa:

“Poderemos analisar, do ponto de vista químico, a variedade de produtos que podem ser extraídos e testados quanto às suas aplicações medicinais. Trata-se de uma fonte com grande potencial a ser explorado, e certamente sairemos daqui com mais conhecimento sobre as possibilidades científicas que ela oferece.”

Com informações da UFPI