Apaixonado por esportes desde a infância, Robert (nome fictício usado para preservar a identidade do paciente) sofreu um grave acidente em 2013, enquanto andava de skate. Durante a queda, o morador de Belém (PA) fraturou o rádio, um dos ossos do antebraço. A lesão grave exigiu cirurgia imediata.

Na operação, foram colocados seis pinos de fixação em seu braço direito. A partir daí, começou uma longa jornada em busca do tratamento ideal para as dores crônicas.

Entre 2014 e 2023, Robert usou diversos medicamentos, como Tramal, dipirona e ibuprofeno. Embora esses remédios tenham proporcionado algum alívio, os efeitos colaterais — especialmente os problemas digestivos — se tornaram um desafio constante.

Descobrindo a cannabis medicinal

Foi em 2023 que um amigo apresentou a cannabis medicinal como alternativa. A resposta foi imediata e positiva.

“A diferença foi gritante. Os sintomas quase cessaram por completo. Se o tratamento está em dia, estou estável e bem”, relata Robert, que também convive com distúrbio do sono e ansiedade.

Mesmo satisfeito com os resultados, o custo elevado dos produtos à base de cannabis era um obstáculo. “Vi no auto cultivo uma saída para continuar meu tratamento. Fazendo pesquisas, percebi que produzindo meu próprio remédio poderia economizar até dois terços do valor do tratamento”, afirma.

Justiça autoriza cultivo de cannabis no Pará

Em maio de 2025, Robert deu um passo decisivo. A 3ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Pará (SJPA) concedeu salvo-conduto para o cultivo e transporte de cannabis medicinal dentro do território nacional.

A sentença permite o plantio de até 54 mudas a cada seis meses, com base em laudo agronômico. O juiz ressalta, no entanto, que a autorização não se aplica a transporte internacional, respeitando a soberania de outros países. Também,

O habeas corpus foi conquistado com o apoio da advogada Jéssica Fernandes Rabelo e do advogado Clayton Medeiros Bastos Silva. O Ministério Público Federal (MPF) se manifestou favoravelmente à concessão do direito.