“Hoje não existe mais como questionar a eficácia da cannabis”, afirma secretário Walter Gomes

Mais de 50 pacientes com epilepsia refratária já recebem medicamento gratuito em Sergipe; novo protocolo de distribuição foi lançado, ontem

Publicada em 19/07/2024

capa

Sec. Walter Gomes assina segundo protocolo que assiste pacientes com comportamento agressivo no Transtorno do Espectro Autista (TEA). Imagem: Mário Sousa/ SES

“Hoje não existe mais como questionar a eficácia da cannabis”, afirma Walter Gomes, Secretário Estadual da Saúde de Sergipe, estado pioneiro na distribuição de produtos derivados da cannabis, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Instaurada em abril de 2023, a Lei nº 9.178 institui a “Política Estadual de Cannabis” para todo o estado de Sergipe. Em dezembro do mesmo ano, mais de 50 pacientes com epilepsia refratária, enquadrados em doenças específicas: síndrome de Dravet, síndrome de Lennox–Gastaut (SLG) e Complexo Esclerose Tuberosa (CET), começaram a ser receber o seu tratamento com a cannabis.

 

crotar.jpeg
Secretário da Saúde de Sergipe, Walter Gomes / Imagem: SES

 

Conforme o secretário, os pacientes deste primeiro protocolo, são assistidos pelo Núcleo de Atendimento em Terapias Especializadas (Nate), que realiza um acolhimento integral à saúde, oferecendo médicos, nutricionistas e outros profissionais da área.

 

“vontade e apoio político”

 

Governado por Fábio Mitidieri, ex-deputado estadual e autor do PL 399/2015, Sergipe contou com muita “vontade e apoio político”, para estabelecer a política da cannabis, segundo Walter. “O governador, junto a Assembleia Legislativa criaram uma lei estadual e nós, como Secretária da Saúde, nos encarregamos dos próximos passos”, destaca o secretário.

Assim, a secretaria criou um grupo de trabalho composto por médicos, farmacêuticos, advogados, fisioterapeutas, nutricionistas e embasados na ciência e nas evidências científicas, que estipularam uma maneira de atender as pessoas com epilepsia refratária.

 

Nova patologia assistida

 

Na quarta-feira (17), durante pré-agenda do I Simpósio Sergipano de Cannabis Medicinal, foi lançado o segundo protocolo clínico para tratamento do comportamento agressivo no Transtorno do Espectro Autista (TEA). Agora, portadores da condição neuropsiquiátrica, maiores de cinco anos, também podem ter acesso aos produtos de cannabis medicinal via SUS em Sergipe.

Atualmente, os óleos de cannabis distribuídos no SUS são adquiridos pela secretaria da Saúde, por meio de processo licitatório, de uma empresa brasileira. Segundo Walter, formas de desenvolver os produtos a base da planta dentro das universidades, estão sendo estudadas, podendo ser implementadas no futuro.