Posição da WADA sobre a cannabis: “viola o espírito do esporte”
Especialistas da agência mundial antidopagem afirmam que atletas modelos que consomem maconha se tornam impróprios
Publicada em 20/09/2023

Por redação Sechat
Nos corredores da Agência Mundial Antidopagem (sigla em inglês WADA), a discussão sobre o uso de maconha por atletas tem sido tão densa quanto a nuvem de fumaça que paira sobre o tópico. Em um editorial publicado na revista Addiction, membros do Grupo Consultivo de Especialistas da Lista Proibida da WADA resumiram os motivos por trás da manutenção da proibição do uso de cannabis por atletas em competições, mesmo diante de apelos crescentes por uma mudança de política.
O "Espírito do Esporte": um fator decisivo
A WADA argumenta que o uso de maconha pelos atletas viola o "espírito do esporte, que abraça valores universais como excelência no desempenho, caráter e educação, respeito às regras e leis, bem como respeito por si mesmo e pelos outros participantes”.
Embora atletas relatem benefícios, como facilitar a recuperação e reduzir a dor, a agência sustenta que a ética esportiva e a legalidade internacional devem prevalecer.
Impactos na saúde e segurança dos atletas
Além disso, a WADA baseia sua decisão em preocupações sobre os impactos na saúde e segurança dos atletas, alegando que o uso da maconha pode causar prejuízos físicos e sintomas psiquiátricos, especialmente quando consumida em excesso. Também enfatiza o potencial impacto negativo do uso de cannabis na adolescência no desenvolvimento cognitivo.
Reformas graduais, porém, firmes
Embora a WADA tenha mantido sua proibição da maconha após uma revisão de um ano, a organização internacional implementou algumas reformas, como aumentar a quantidade de THC permitida na urina de atletas fora das competições. Isso visa principalmente não afetar atletas que consomem cannabis legalmente fora do contexto esportivo. Aqueles que necessitam de tratamento com cannabis medicinal podem solicitar uma isenção para uso terapêutico.
Pressões por mudança
As vozes a favor da reforma ganharam força depois que a corredora norte-americana Sha'Carri Richardson foi suspensa de eventos olímpicos devido a um teste de THC positivo em 2021. A Casa Branca, o presidente Joe Biden e legisladores do Congresso dos EUA também manifestaram a necessidade de revisar as políticas antidoping relacionadas à maconha.
Mudanças nos esportes profissionais
Enquanto a discussão continua acesa na esfera global, algumas ligas esportivas profissionais nos Estados Unidos já estão adotando reformas. A NBA e a NFL removeram a maconha da lista de substâncias proibidas, permitindo que os jogadores invistam e promovam marcas de cannabis. A NCAA e reguladores esportivos em estados como Nevada também estão considerando mudanças significativas.
Um novo capítulo na história da cannabis nos esportes
À medida que mais países regulamentam a cannabis, a questão sobre seu uso pelos atletas continua a evoluir. A posição da WADA permanece firme, mas as pressões por mudanças e as reformas em várias ligas esportivas indicam que o debate sobre a maconha no esporte está longe de chegar ao fim. Enquanto isso, a história da cannabis no mundo esportivo continua a se desenrolar, prometendo futuras reviravoltas e desafios regulatórios.