Psicodélicos x cannabis: qual é melhor para a saúde mental?
A mudança cultural em relação à cannabis também preparou o terreno para a pesquisa psicodélica, como a psilocibina, encontrada em cogumelos mágicos
Publicada em 22/08/2023

Por Redação Sechat com informações de El Planteo
Na busca pela cura da epidemia global de saúde mental, a sociedade tem explorado substâncias proibidas e tabu, como cannabis e medicina psicodélica. A pandemia de COVID-19 destacou deficiências em nosso tratamento de doenças mentais, mas a busca por melhores terapias começou antes do vírus surgir.
Atualmente, a medicina psicodélica é vista como uma possível solução para uma ampla gama de problemas mentais, assim como a cannabis medicinal já foi promissora. Para entender o potencial de ambas as abordagens, é essencial examinar as semelhanças e diferenças entre psicodélicos e cannabis em relação à saúde mental.
A jornada da cannabis medicinal abriu caminho para a pesquisa psicodélica, superando obstáculos similares de proibição e tabu. A mudança cultural em relação à cannabis também preparou o terreno para a pesquisa psicodélica, como a psilocibina, encontrada em cogumelos mágicos.
Embora a cannabis seja frequentemente alardeada como uma "cura para tudo", evidências clínicas são escassas e, em alguns casos, sugere-se que possa piorar sintomas depressivos. A complexidade da planta e sua variedade de compostos tornam difícil determinar seu uso terapêutico.
Comparado à cannabis, os psicodélicos demonstram eficácia clínica na abordagem de doenças mentais graves, como depressão resistente, vício e ansiedade terminal. Além disso, uma única experiência com psicodélicos pode induzir mudanças positivas duradouras.
A terapia psicodélica assistida por profissionais está em ascensão, oferecendo um componente psicoterapêutico ausente no uso pessoal de cannabis. A pesquisa neurocientífica apoia a superioridade dos psicodélicos sobre outras terapias, oferecendo resolução de problemas em vez de supressão emocional.
Embora ambas as abordagens tenham potencial, os psicodélicos se destacam ao enfrentar questões profundas da saúde mental. No entanto, eles também podem ser desafiadores e requerem preparação adequada. Combinar ambas as abordagens pode ter um papel interessante no futuro.
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O Grupo de Trabalho (GT) formado pela Secretaria Estadual de Saúde, encarregado da regulamentação da Lei Estadual 17.618/23 que incorpora a cannabis medicinal ao SUS paulista, está expressando crescente preocupação com o atraso na publicação da tão aguardada regulamentação, que deveria ter sido concretizada até o dia 01 de maio de 2023.
No intuito de pressionar pela imediata divulgação dessa regulamentação, 14 membros da comissão uniram forças para emitir uma nota pública.
Esta declaração conjunta inclui a assinatura de representantes da OAB-SP, Unicamp, Sociedade Médica de Anestesiologia do Estado, Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Sociedade de Pediatria, Conselho Regional de Farmácia, associações canábicas, bem como o próprio deputado estadual Caio França, como representante da Alesp, dentre outros.
Embora a política de saúde pública, apesar de inovadora na rede, não apresenta grandes desafios à Secretaria Estadual de Saúde, que já acumula experiência na dispensação de medicamentos de alta complexidade e custo, o atraso na publicação dessa regulamentação é motivo de crescente apreensão para França, membro ativo do grupo.