Psicodélicos podem melhorar meditação em alguns casos, indica novo estudo

Pesquisa revela que, dentre meditadores que usam psicodélicos, 73,5% perceberam benefícios no uso

Publicada em 19/03/2025

Psicodélicos podem melhorar meditação em alguns casos, indica novo estudo

Imagem ilustrativa: Canva.

Um estudo publicado na revista PLoS ONE revelou que quase três em cada quatro meditadores relataram um impacto positivo dos psicodélicos na qualidade de sua prática. A pesquisa analisou 863 adultos que meditaram pelo menos três vezes por semana nos 12 meses anteriores, apontando que 73,5% perceberam benefícios com o uso dessas substâncias.

 

Psicodélicos e meditação: uma combinação promissora

 

Os pesquisadores identificaram que alguns fatores aumentam a probabilidade de um meditador relatar efeitos positivos dos psicodélicos:

  • Uso regular da substância;
  • Definição de intenções claras antes do consumo;
  • Companhias agradáveis;
  • Experiência com N,N-Dimetiltriptamina (DMT).

Outros elementos, como exposição à cannabis, níveis elevados de abertura à experiência e participação em retiros de meditação, também apresentaram associações menores, mas estatisticamente significativas, com os benefícios percebidos.

 

Expansão do interesse científico

 

A pesquisa destaca o crescente interesse acadêmico na interseção entre psicodélicos e meditação, dado o potencial terapêutico de ambas as práticas. Os autores apontam que indivíduos que consideram o uso psicodélico uma prática regular e intencional são os que mais percebem benefícios na meditação.

Embora o estudo não tenha analisado diretamente o uso de psicodélicos durante a meditação, os resultados reforçam a ideia de que essas substâncias podem potencializar estados meditativos e ampliar a compreensão sobre a mente.

Conforme apurou o Marijuana Moment, outro experimento citado pelos pesquisadores reforça essa relação: 39 meditadores receberam psilocibina ou um placebo durante um retiro de atenção plena de cinco dias. Aqueles que consumiram a substância relataram uma maior dissolução do ego e mudanças positivas no funcionamento psicossocial. Além disso, um estudo qualitativo revelou que a maioria dos participantes percebeu que combinar psicodélicos com meditação aprimorou tanto a prática meditativa quanto a própria experiência psicodélica.

Estudos anteriores indicam que substâncias como a psilocibina podem não apenas aprofundar a meditação, mas também influenciar estados de percepção e cognição.