“Saí do Rivotril”: Craque Neto diz que a cannabis o ajuda contra a depressão e a síndrome do pânico
Em vídeo postado hoje no Instagram, ele reafirma que tem se beneficiado com o uso medicinal da planta: “me faz superbem”
Publicada em 07/12/2024
Craque Neto. Imagem: Reprodução Instagram
O apresentador e ex-jogador Craque Neto voltou a aparecer nas redes sociais relatando como melhorou significativamente sua saúde mental ao iniciar o uso assistido de cannabis para tratar sua depressão. Ele ainda aponta melhora em possíveis sintomas de bipolaridade e de síndrome do pânico.
O depoimento foi postado no perfil de Instagram da consultora de cannabis medicinal Thaísa Lemes. Ele disse que a princípio não quis fazer o tratamento com a cannabis devido ao preconceito existente na sociedade. Hoje ele já enfatiza o quanto a planta o beneficia: “o cannabis é tão importante para mim que ele faz com que eu possa ter uma visão de vida melhor, entender que eu posso conseguir os meus objetivos e principalmente poder estar feliz”. Acesse o vídeo clicando aqui.
Neto ainda compara os seus bons resultados de hoje com os 15 anos que passou usando Rivotril: “o Rivotril, ele me arrebentou de um jeito incrível no meu cérebro, e o cannabis veio para me tranquilizar nas minhas dores, no meu pensamento”.
Médicos também enfatizam os benefícios da cannabis
Não é a primeira vez que o Craque dá esse tipo de declaração em público. Em outubro do ano passado, ele chegou a dizer que estava “flutuando” de bem-estar devido aos canabinoides. Semanas antes disso, ele havia dito que estava com menos insônia e mais calma devido ao tratamento. “Estou tomando três gotinhas, deve ser por isso que estou mais calmo”, ele revelou.
Nas clínicas médicas, o efeito relatado é o mesmo. Consultamos a dra. Ana Hounie, psiquiatra capacitada para prescrever cannabis. Ela disse que recebe muitos pacientes com depressão e com síndrome do pânico, e que esses pacientes costumam melhorar ao associar produtos derivados de cannabis. Uma de suas pacientes, ela conta, “teve uma melhora muito grande, ficou produtiva, mudou a vida dela”. Outra “ficou superbem, tem estado há meses sem ter nenhuma crise, e tendo uma vida muito mais normal, sem as restrições que o pânico causa”.
Sobre o depoimento do Craque Neto, a dra. Ana comenta que as declarações dele “são semelhantes às de grande parte dos pacientes que melhoram com o tratamento de cannabis.” Ela pondera sobre a visão da ciência: “São relatos muito importantes. A gente não pode tomar isso como uma evidência tão forte quanto um estudo científico, mas a soma dos relatos de caso dá força para que pesquisadores resolvam olhar e dizer ‘vamos fazer um estudo para ver se isso se repete numa população maior, com características A, B ou C’”.
Ela acha provável que a indústria farmacêutica tradicional não tenha intenção em avançar muito em pesquisas sobre a eficácia da cannabis para depressão e síndrome do pânico por já haver evidências de que o uso de ansiolíticos e antidepressivos tenderia a diminuir com a entrada do tratamento com canabinoides. Também porque esses produtos não são patenteáveis”, acrescenta.
Acompanhamento médico especializado
Para quem sofre com esses transtornos psiquiátricos, o tratamento com cannabis prescrito e acompanhado por profissional devidamente capacitado é alternativa que tem se mostrado segura.
A respeito da luta para superar tais doenças, a dra. Hounie esclarece: “Recomendo que essas pessoas que têm esses problemas e não encontraram satisfação com os tratamentos tradicionais procurem um psiquiatra que tenha experiência no manejo de produtos derivados de cannabis para ouvir uma segunda opinião e, se eles tiverem vontade, fazer uma tentativa de tratamento, porque a quantidade de pessoas que se beneficiam é muito grande. O perfil de efeitos colaterais é muito pequeno, então podemos dizer que a maioria se beneficia sem ter grandes efeitos colaterais.”
E o Craque Neto concorda: “eu indico para quem realmente tem depressão como eu”.