Conhecimento e cultivo: freiras americanas promovem cursos de cannabis no Brasil

Freiras da Cannabis chegam ao Brasil e firmam parceria com a ONG Pangeia, oferecendo óleos de CBD e cursos de cultivo para ampliar o acesso à cannabis medicinal

Publicada em 11/10/2025

Sisters of the Valley desembarcam no país com foco em cannabis medicinal | Foto: Reprodução IG

Sisters of the Valley desembarcam no país com foco em cannabis medicinal | Foto: Reprodução IG

As chamadas Freiras da Cannabis ou Sisters of the Valley, conhecidas mundialmente pela produção artesanal de óleos e pomadas à base de canabidiol (CBD), estiveram no Brasil em agosto para uma série de atividades que incluem palestras, workshops e uma parceria inédita com a ONG Pangeia. O grupo, fundado há cerca de uma década na Califórnia (EUA), busca ampliar o acesso a produtos terapêuticos derivados da cannabis e compartilhar técnicas de cultivo.


Parceria com ONG brasileira


No país, as freiras firmaram colaboração com a ONG Pangeia, formada por pretos, indígenas e moradores de periferias. A iniciativa prevê a distribuição de óleos e pomadas de CBD, além da oferta de cursos sobre plantio e processamento da planta. 

 

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Apesar do noem, as freiras não são ligadas a nenhuma religião | Foto: Reprodução IG

O objetivo, segundo as organizadoras, é democratizar o conhecimento sobre o uso medicinal da cannabis e fortalecer comunidades que historicamente enfrentam barreiras de acesso à saúde.

O curso "Extração Artesanal com Sister Camila" é voltado para pacientes, cuidadores e interessados no tema. A programação inclui o ensino de três métodos simples e poderosos para produção caseira: Infusão, Maceração e Extração com Álcool. Sister Camila trará não apenas o conhecimento técnico, mas também uma perspectiva de sabedoria ancestral e ativismo, compartilhando sua vasta experiência na luta pela liberalização da cannabis no México.

"É uma honra receber a Sister Camila diretamente do México em Campinas. Sua vinda simboliza a união de forças em prol do acesso ao conhecimento e da justiça social na saúde. Nossa equipe, majoritariamente formada por pessoas negras e indígenas na Pangeia, reforça esse compromisso com a democratização da informação", destacam Débora Aguiar e Jess de Souza, co-organizadoras do evento.
 

Identidade e ativismo


Apesar do nome e do hábito religioso que utilizam em suas aparições públicas, as freiras não são ligadas a nenhuma ordem religiosa. A escolha da vestimenta é um ato simbólico que, segundo o coletivo, une espiritualidade, ativismo político e defesa da autonomia feminina. Com a chegada ao Brasil, o grupo pretende consolidar parcerias locais e contribuir para ampliar o debate sobre os benefícios terapêuticos da cannabis.