Empresa portuguesa investe €112 milhões na indústria do cânhamo e cria 250 empregos

A aposta da startup combina tecnologia de ponta e sustentabilidade para produzir fios de alto desempenho, posicionando Portugal na vanguarda da indústria têxtil

Publicada em 13/10/2025

Empresa portuguesa investe €112 milhões na indústria do cânhamo e cria 250 empregos

Imagem ilustrativa: Canva Pro

Portugal não se destaca apenas como um dos maiores exportadores de cannabis medicinal do mundo, finalizando 2024 atrás apenas do Canadá. O país vive uma verdadeira revolução industrial verde, impulsionada pelo potencial do cânhamo em Portugal, com inovações que vão do setor têxtil à construção civil.

Uma empresa local, a Nau Verde, pretende relocalizar a produção de fio de linho e cânhamo na Europa, concentrada atualmente na Ásia. Para isso, conta com um investimento de quase 112 milhões de euros, que inclui a criação de 250 postos de trabalho, segundo a Fashion Network.

A startup está a desenvolver a primeira unidade industrial de fiação 100% linho e cânhamo do país em Santo Tirso. A unidade será instalada num antigo complexo industrial, marcando "um momento de viragem para a indústria têxtil portuguesa e europeia".

Coordenando o "Projeto Lusitano", a Nau Verde une 17 parceiros para desenvolver fios sustentáveis de alto desempenho. Segundo a CEO, Isabel Carneiro, o projeto utiliza processos avançados que melhoram a qualidade das fibras para o segmento premium.

A empresa também garante uma redução entre 50% e 60% no impacto ambiental do processo, graças a tratamentos inovadores já em validação industrial. Apoiada pelo PRR, a iniciativa combina inovação, sustentabilidade e transformação.

 

Construção sustentável com cânhamo em Portugal


Outra frente de destaque para o cânhamo em Portugal é a construção civil. Em março de 2025, a Cânhamor iniciou a produção de blocos de cânhamo, os ECOblocos, em sua nova fábrica no Alentejo, um projeto com investimento de 22 milhões de euros.

Esta nova fábrica representa uma mudança expressiva na capacidade produtiva da empresa. Há apenas cinco anos, a Cânhamor fabricava material para cerca de quatro construções por mês e hoje ultrapassa a marca de 250.

A transformação reflete a aposta na produção local e no potencial do cânhamo como matéria-prima. No último ciclo, a empresa processou a colheita de quase 500 hectares da planta, com planos de expandir para três mil hectares nos próximos dois anos, consolidando a importância do cânhamo em Portugal.