Maior estudo da história confirma eficácia da cannabis medicinal no tratamento do câncer

Pesquisa destaca cannabis como aliada no combate ao câncer e reforça seu valor terapêutico

Publicada em 02/05/2025

Maior estudo da história confirma eficácia da cannabis medicinal no tratamento do câncer

Cannabis medicinal mostra efeitos anticancerígenos e acende debate sobre reclassificação legal, aponta estudo | Imagem: CanvaPro

Para muitos pacientes oncológicos, o diagnóstico de um câncer traz não apenas o peso da doença em si, mas também o impacto físico e emocional dos tratamentos agressivos. Em meio a esse cenário, a cannabis medicinal tem se mostrado, há anos, uma esperança real de alívio e agora, essa esperança acaba de ganhar um respaldo científico sem precedentes.

Um estudo publicado recentemente na revista Frontiers in Oncology analisou dados de 10.641 pesquisas científicas revisadas por pares, tornando-se a maior meta-análise já realizada sobre o uso da cannabis no contexto do câncer. Conduzida por pesquisadores do Whole Health Oncology Institute (Havaí) e da Chopra Foundation (Nova Iorque), a análise revelou um “consenso científico esmagador” a favor dos efeitos terapêuticos da planta, não apenas para alívio de sintomas, mas também pelo seu potencial anticancerígeno direto.


Cannabis e câncer: o que diz a ciência


O estudo detectou que, para cada publicação que questiona a eficácia da cannabis no tratamento do câncer, outras três apontam resultados positivos. “Esperávamos controvérsia, mas encontramos um consenso esmagador”, afirmou Ryan Castle, diretor de pesquisa do Whole Health Oncology Institute e principal autor do estudo.


Entre os efeitos mais notáveis identificados na análise estão:


- Inibição da proliferação de células cancerígenas;
- Redução de metástases;
- Indução de apoptose (morte programada das células do câncer);
- Forte ação anti-inflamatória.

Esse último aspecto, inclusive, ganha destaque por estar relacionado a mais de 80% das doenças incapacitantes no mundo.


Muito além do alívio: potencial anticancerígeno


Se antes a cannabis era reconhecida principalmente por aliviar sintomas como náuseas, dores crônicas e perda de apetite, que são efeitos colaterais comuns da quimioterapia, agora, essa nova análise reposiciona a planta como uma possível aliada direta no combate ao câncer.

Usando técnicas modernas de análise de sentimentos computacional, os pesquisadores avaliaram a linguagem de milhares de estudos científicos. O resultado? Um forte apoio à cannabis como tratamento paliativo e intervenção médica com propriedades anticancerígenas, abrindo espaço para uma nova compreensão sobre seu papel na oncologia.

Além dos avanços médicos, o estudo faz um chamado claro para uma revisão da classificação legal da cannabis, principalmente em países e regiões onde a planta ainda é tratada como substância de alto risco e sem valor terapêutico.

“O consenso em torno da cannabis medicinal é mais forte do que o de muitos medicamentos já aprovados pela FDA”, ressaltam os autores. De acordo com a análise, o apoio à cannabis na literatura científica foi 31 vezes mais forte que a oposição, ou seja, um número muito difícil de ignorar.


Um divisor de águas


Para pacientes, médicos e ativistas que há anos lutam pelo acesso justo à cannabis medicinal acreditam que, a partir de agora, não se trata mais de “acreditar” ou “apoiar” por intuição: trata-se de ciência. Como bem pontua o próprio estudo, “esta é uma das validações mais claras e dramáticas da cannabis medicinal no tratamento do câncer que a comunidade científica já viu". 


Com informações de NewsWeed.