Manhã do 2º dia de Congresso mergulha no cultivo nacional e nas evidências científicas da medicina canabinoide

Profissionais da saúde e do agro se aprofundam em ciência, cultivo e regulação no segundo dia do maior congresso sobre cannabis medicinal da América Latina

Publicada em 23/05/2025

Manhã do 2º dia de Congresso mergulha no cultivo nacional e nas evidências científicas da medicina canabinoide

Manhã do segundo dia repercutiu Agro&Tech Cannabis e Sistema Canabinoide | Foto: Kauã Santos

O segundo dia da 4ª edição do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal começou com força total, reunindo profissionais da saúde, pesquisadores, produtores e interessados em dois temas que estão na linha de frente do debate nacional: o sistema endocanabinoide e o cultivo da cannabis no Brasil.


Os auditórios dos módulos MedCan: Sistema Endocanabinoide e Agro & Tech Cannabis, que seguem com programação até o fim do dia, estiveram movimentados desde cedo, com trocas potentes entre especialistas, público e moderadores.


Agro & Tech Cannabis: hora de pensar o Brasil como potência produtora


Com a regulamentação do cultivo medicinal e industrial na pauta do Supremo Tribunal de Justiça e, prevista para ser anunciada neste mês, o módulo Agro & Tech, uma parceria entre a Sechat e a Embrapa, trouxe provocações certeiras e análises estratégicas sobre os próximos passos para o país entrar, com força, no mapa global da cannabis.


A palestra "Inteligência Estratégica na Regulamentação do Cultivo no Brasil", os especialistas Tiago Lohmann, Carolina Sellani e Murilo Badolato, moderados por Rafael Arcuri, discutiram os impasses e caminhos possíveis para a regulamentação efetiva do cultivo de cannabis no país. 

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Primeira palestra da manhã do módulo Agro&Tech Cannabis | Foto: Julia Machado


Carolina destacou que, após um semestre de incertezas, envoltos da Regulamentação de produtos de Cannabis para fins medicinais RDC 327, é essencial haver coordenação e construção coletiva para uma regulamentação que de fato permita o cultivo e a produção de insumos com qualidade e preço acessível aos pacientes. 


Já Murilo abordou os desafios agronômicos e estruturais, ressaltando que, embora o Brasil tenha competência técnica, o estigma e a desinformação ainda impedem avanços, especialmente no campo. Ele apontou a urgência de integrar o conhecimento agrícola com políticas públicas sérias, pois sem isso, o país corre o risco de continuar atrasado em relação ao cenário internacional.


Na sequência, a Embrapa trouxe ao palco André Luis Bonnet Alvarenga para falar das cooperações técnico-científicas em andamento, reforçando o papel da pesquisa pública na construção de um setor robusto e sustentável.


Outro destaque foi a palestra sobre manejo de estresse controlado, com José Franco Leme, que explicou como determinadas técnicas fisiológicas podem potencializar a produção de cannabis de forma natural e eficaz.


Fechando a manhã, um painel com Pedro Sabaciauskis, Ricardo Hazin e Rafael Redwood levantou um ponto crucial: quanto custa cultivar cannabis no Brasil? E mais do que isso…quais são os modelos viáveis hoje?

MedCan: a ciência no centro da medicina canabinoide


Para quem busca compreender a base científica por trás da cannabis medicinal, o MedCan: Sistema Endocanabinoide entregou uma programação rica, com atualizações sobre regulação, práticas clínicas e pesquisa translacional.


Logo cedo, o painel "Cenário Regulatório RDC 327 e 660" discutiu os entraves e avanços das normativas da Anvisa com um time técnico afiado: João Paulo Perfeito, Leandro Medeiros, Gislaine Gutierrez e Ricardo Pettena, sob a mediação de Margarete Akemi.


Durante a palestra "Cannabis Medicinal no SUS de SP: Três Síndromes Raras São o Limite?", mediada pelo neurocirurgião Pedro Pierro, o deputado estadual Caio França destacou o papel de São Paulo como protagonista nacional na regulamentação do acesso à cannabis medicinal pelo SUS. 

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Caio França esteve no segundo dia do Congresso Brasileiro de Cannabis Medicial | Foto: João Britto

Ele relembrou o processo de construção e aprovação da Lei 1.180/2019, sancionada em 2023, que institui a política estadual sobre o tema. Caio enfatizou a limitação atual da regulamentação, que restringe a dispensação gratuita apenas aos pacientes com síndrome de Dravet, síndrome de Lennox-Gastaut e complexo de esclerose tuberosa, e criticou os critérios excessivamente rígidos para inclusão de novas patologias. 

O deputado defendeu a ampliação das condições contempladas pela lei, mencionando inclusive uma iniciativa recente da Prefeitura de São Paulo para expandir esse acesso. 


As evidências clínicas também marcaram presença: o médico Alexandre Kaup apresentou dados atualizados sobre os benefícios terapêuticos da cannabis, enquanto Luzia Sampaio abordou o caminho da pesquisa translacional até a aplicação clínica.


O espaço para perguntas trouxe uma conversa animada com mediação de Wellington Briques, e o encerramento da manhã foi com chave de ouro: o papel do canabidiol nas farmácias de manipulação, apresentado por Fernando Mendes e Elaine Fontino.


Quer acompanhar tudo de perto? Ainda dá tempo!


A programação da tarde segue intensa, com especialistas nacionais e internacionais nos palcos. O Congresso vai até sábado (24), reunindo mais de 100 palestrantes e consolidando-se como o maior evento da América Latina sobre cannabis medicinal.

Ainda dá tempo! Participe do Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal


Se você é da saúde, do agro, da indústria, da ciência ou apenas curioso por esse universo em expansão, venha viver essa experiência única. A troca de saberes e as conexões que nascem aqui são o que movem o futuro da cannabis no Brasil.


Serviço:


Local: Expo Center Norte, São Paulo – SP
Data: 22 a 24 de fevereiro
Horário: Das 9h às 20h
Ingressos: disponíveis para formato presencial e formato online
Mais informações:
www.medicalcannabisfair.com.br
www.congressocannabis.com.br