Nos EUA, planos de saúde ainda resistem à cannabis medicinal

Enquanto os EUA buscam incluir a cannabis medicinal nos seguros, o Brasil avança entre leis estaduais e decisões judiciais pelo acesso ao tratamento

Publicada em 01/11/2025

Nos EUA, planos de saúde ainda resistem à cannabis medicinal

Entre o cuidado e o custo: a espera pela cobertura da cannabis medicinal | CanvaPro

Nos Estados Unidos, embora mais de 38 estados já permitam o uso medicinal da cannabis, a cobertura por planos de saúde ainda é algo remoto. Um artigo da MJBizDaily indica que esse tipo de tratamento ainda depende de “reembolso” por meio de plataformas alternativas, e não de seguro tradicional.

A iniciativa chamada Elevated States, por exemplo, está sendo divulgada como forma de reembolso de até US$ 175 por mês para pacientes, cobrindo consultas, aquisição de produtos e serviços ligados ao uso medicinal da cannabis.

Mas atenção: não se trata, ainda, de uma apólice dos grandes planos de saúde. Conforme a reportagem, “ainda não há seguradora que cubra cannabis medicinal como tratamento padrão”.

Um dos principais entraves é justamente a proibição federal da cannabis nos EUA — o que impede seguros privados de assumirem abertamente a cobertura.

Em resumo: apesar da crescente aceitação, o caminho para que planos de saúde cubram cannabis medicinal é ainda longo e repleto de obstáculos regulatórios e estruturais.


E no Brasil: cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS) e planos de saúde


No Brasil, o cenário também avança, porém com outra dinâmica. Conforme publicado pelo Portal Sechat, o SUS ainda não incorporou nacionalmente medicamentos à base de cannabis, mas 24 unidades da federação já avançaram em legislações próprias para garantir acesso via rede pública.  

Por exemplo, no estado de São Paulo, o Decreto No. 68.233/2023 oficializou a incorporação para síndromes neurológicas específicas, como a Síndrome de Dravet, a Síndrome de Lennox‑Gastaut e a Esclerose Tuberosa.

Quanto aos planos de saúde privados, o Sechat alerta que decisões judiciais recentes estão obrigando as operadoras a custear medicamentos à base de canabidiol (CBD) e outros derivados, mesmo que não estejam listados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

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Entretanto, em agosto de 2025, a Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que os planos de saúde não são obrigados a fornecer medicamentos orais para uso domiciliar, uma decisão que impacta diretamente os tratamentos com cannabis. 

No Brasil, apesar de avanços importantes, o acesso amplo via rede pública ou planos privados ainda depende de diferentes tramitações legislativas e jurisprudenciais.

Com informações de MJBizDaily.