A ciência tem muitas faces. Às vezes veste jaleco e fica horas imersa em livros e testes comprobatórios, às vezes carrega no colo um filho que não dorme, não fala, não olha nos olhos e nos obriga a correr atrás de muitas curas. 

Foi assim, entre as noites maldormidas e as dúvidas maternas, que a pesquisadora brasileira Micheline Donato decidiu transformar sua dor em pesquisa. Hoje, ela se prepara para apresentar ao mundo um feito inédito: o primeiro estudo clínico com cannabis medicinal em adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), realizado no Brasil, com apoio da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) e patrocínio da empresa Revivid.

É um marco. Mas, para além da importância científica, é também uma declaração de afeto. “A cannabis revolucionou a vida da minha filha. Reduziu o uso de outras medicações, melhorou sua qualidade de vida, sua autopercepção e sua autorregulação. E é isso que espero poder levar a outras mães, outros filhos, outros adultos que viveram invisíveis por tanto tempo. Estou aqui para ser ponte. Com carinho, com ciência e principalmente com amor”, declara Micheline.

O apoio que transforma vidas

Para que estudos como o de Micheline ganhem espaço, é preciso mais do que boas ideias: é preciso investimento, compromisso e sensibilidade. 

“A pesquisa científica é uma ponte entre inovação, credibilidade e transformação social e é justamente por isso que a Revivid faz questão de apoiar estudos como o da Dra. Micheline”, afirma a CEO Daiane Zappe. 

“Somos uma empresa liderada por mulheres, com um time comprometido e sensível à realidade de milhares de famílias que lutam diariamente por acesso à cannabis medicinal. Muitas dessas lutas têm rosto de mãe”, declara.

Segundo ela, o apoio à ciência é também uma forma de amplificar vozes historicamente silenciadas e promover uma mudança regulatória real. 

“Acreditamos que ciência, cuidado e acolhimento podem e devem caminhar juntos. O fortalecimento do mercado só será possível se for sustentado por evidências, humanidade e por vozes com propósito. Esse é o DNA da Revivid: ciência com alma”.

Uma ponte brasileira em solo norte-americano

A pesquisa liderada pela Dra. Micheline Donato,contou com a participação de 58 voluntários, onde ela utilizou doses fixas de canabidiol (CBD), especificamente o produto CBD Revivid, ao longo de 180 dias. 

Os resultados, medidos por protocolos clínicos e ferramentas como a Vineland-3 Scale, foram significativos: mais de 34% dos participantes relataram melhora no sono, 15,3% relataram melhora no humor, e houve redução nos sintomas de ansiedade, depressão, isolamento social e movimentos repetitivos. 

A tolerabilidade foi considerada excelente, com efeitos colaterais mínimos e temporários. Trata-se de um estudo inédito, especialmente por focar em adultos com TEA, uma população ainda invisibilizada na maior parte das pesquisas, e reforça o potencial da cannabis como alternativa terapêutica segura e eficaz na melhora da qualidade de vida e da regulação emocional.

Apresentar os dados de uma pesquisa brasileira em um dos maiores congressos internacionais sobre cannabis científica, o International Society of Cannabis Research (ICRS), realizado neste mês em Indiana (EUA), é um marco simbólico e prático. 
 

“Sou a primeira brasileira a apresentar esse tipo de estudo nessa sociedade, que reúne os cientistas que mapearam o sistema endocanabinoide. Isso mostra o quanto nossa pesquisa é relevante”, afirma a pesquisadora.

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