A Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) está recrutando voluntários para um estudo que investiga os efeitos da combinação de exercícios terapêuticos e medicamentos à base de cannabis no tratamento da doença de Parkinson. Conforme divulgação da universidade, a pesquisa, que começará em abril deste ano, visa avaliar impactos em sintomas como rigidez muscular, tremores, ansiedade, depressão e distúrbios do sono.
Estudo clínico e metodologia
O estudo será do tipo clínico, duplo-cego e randomizado. Ele será conduzido no Laboratório de Fisiopatologia Experimental da Unesc, sob coordenação do professor doutor Paulo Cesar Lock Silveira, e tem como base a experiência do Programa de Atendimento aos Portadores de Parkinson (ProPark). A iniciativa também liderada pela professora doutora Flávia Rigo, pesquisadora especialista na área de Cannabis, por Rubya Pereira Zaccaron, fisioterapeuta, professora do curso de Fisioterapia e colaboradora no PROPARK, e conta com participação do Instituto Cannabis na Prática (iCnP), coordenado pelo Dr. Guilherme Neri, da Paraíba, responsável pelo acompanhamento médico dos participantes, além de vários outros pesquisadores.
Segundo Paulo, o acompanhamento clínico dos participantes também contará com uma equipe multidisciplinar com fisioterapeutas, farmacêuticos, nutricionistas, atendimento psicológico e outras especialidades. O Dr. Paulo Silveira é o pesquisador responsável do estudo. Ele é professor da Unesc, do programa de pós-graduação em Ciências da Saúde - Conceito 7 CAPES e coordenador do grupo de pesquisa em proteção e reparo tecidual do laboratório de Fisiopatologia.
Os voluntários serão divididos em três grupos: todos realizarão os exercícios terapêuticos, mas um dos grupos receberá também óleo TCM, que servirá de controle, e os outros dois receberão a suplementação com diferentes óleos de Cannabis, o óleo full spectrum ou o óleo full spectrum rico em cannabigerol (CBG), oferecidos por uma empresa estadunidense.
“Nosso objetivo é entender, cientificamente, como diferentes
Da esquerda para a direita: Dr. Paulo Silveira, Dra. Flávia Rigo e Dra. Rubya Zacaron.
produtos à base de Cannabis podem influenciar o tratamento dos sintomas do Parkinson, ajudando a definir doses mais adequadas, assim como entender a participação do Cannabigerol (um fitoquímico importante encontrado na planta) nesse processo, fornecendo dados que orientem profissionais da saúde a prescrever e orientar, com maior segurança”,
explicam as pesquisadoras Flávia Rigo e Rubya Zacaron.
Critérios de participação
Para se candidatar, é necessário:
- Ter diagnóstico confirmado de Parkinson com atestado médico e Classificação Internacional de Doenças (CID).
- Apresentar documento que comprove aptidão para exercícios físicos.
- Comparecer à Unesc às segundas e quartas-feiras, das 15h às 16h, para participação no ProPark.
Os interessados passarão por uma avaliação inicial e, após três meses de tratamento, serão reavaliados para análise dos resultados. Eles serão acompanhados semanalmente pela equipe multiprofissional.
Inscrições e contato
Interessados podem obter mais informações e se inscrever pelo telefone (48) 3431-2773 ou pelo e-mail proparkunesc@gmail.com. Dúvidas também podem ser esclarecidas nas Clínicas Integradas da Unesc.
Com essa pesquisa, a Unesc busca contribuir para avanços no tratamento da doença de Parkinson, explorando o potencial da cannabis associada à terapia física para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.