Agencia dos EUA recruta de "barista de café" até "atiradores da SWAT" para lutar contra a guerra as drogas

DEA lança campanha agressiva para atrair novos agentes, enquanto política de drogas segue em debate

Publicada em 23/04/2025

Agencia dos EUA recruta de "barista de café" até "atiradores da SWAT" para lutar contra a guerra as drogas

Imagem Ilustrativa: Canva Pro

Enquanto diversas agências federais enfrentam cortes significativos sob a administração Trump, a Drug Enforcement Administration (DEA) está expandindo seu recrutamento. A agência busca atrair novos agentes especiais, incentivando até mesmo profissionais sem experiência prévia na aplicação da lei, como baristas de cafeterias.

A DEA, ao contrário de outros órgãos federais, ficou isenta das reduções orçamentárias lideradas por Elon Musk e pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), órgão que ele comanda. A agência, inclusive, sinaliza uma possível expansão.

 

Chamado para novos agentes

 

Em uma série de publicações nas redes sociais, a DEA anunciou que aceitará até 2.500 inscrições para agentes especiais. Até o momento, mais de 1.700 candidaturas já foram enviadas. No entanto, ainda não há informações claras sobre quantos agentes serão efetivamente contratados.

O recrutamento ganhou um reforço com um vídeo promocional da própria DEA, que enfatiza: “A missão é simples: lutamos na guerra contra as drogas”. Essa declaração chama atenção, considerando o afastamento recente da retórica bélica no combate às drogas, diante das críticas sobre os custos e a eficácia dessa abordagem, adotada desde que Richard Nixon declarou essa "guerra" em 1971.

“Ninguém faz o que fazemos melhor do que nós”, afirmou um representante da DEA no vídeo de recrutamento. Outro completou: “Temos profissionais de diversas áreas, como professores e até paraquedistas”.

O anúncio também destaca que a experiência profissional dos candidatos não é um fator excludente: “Não importa se você é um barista de café ou um atirador da SWAT”.

 

Posicionamento político e expansão da DEA

 

Vivek Ramaswamy, ex-candidato presidencial republicano, foi inicialmente encarregado de reduzir o tamanho do governo federal à frente do DOGE. No entanto, Ramaswamy defendeu a ampliação da DEA, mesmo sendo um apoiador da legalização da maconha e de psicodélicos.

A agência, que tem aproximadamente 10.000 funcionários e um orçamento superior a US$ 3 bilhões, não sofreu com os cortes impostos a outras entidades, como o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) e o Departamento de Energia (DOE).

Enquanto isso, Elon Musk, que demonstrou interesse pela cultura da cannabis ao fumar um baseado no podcast de Joe Rogan antes de assumir o DOGE, sugeriu recentemente a realização de testes antidrogas em todos os funcionários federais como uma forma de reduzir a força de trabalho do governo.

Em resposta, na última semana, uma congressista democrata apresentou um projeto de lei para exigir que Musk e outros membros do DOGE se submetam a testes antidrogas para manter seus cargos.

 

Campanhas e posicionamento da DEA sobre a maconha

 

Recentemente, a DEA lançou a campanha "Dia Anti-420", incentivando estudantes a produzirem vídeos alertando sobre os perigos do uso da maconha.

A administração da agência também está em transição. Atualmente, o cargo mais alto é ocupado pelo administrador interino Derek Maltz, que já fez declarações polêmicas sobre a maconha, alegando que seu consumo serve como porta de entrada para outras drogas e acusando o Departamento de Justiça de “sequestrar” o processo de reclassificação da cannabis.

No entanto, o presidente Trump nomeou Terrance Cole, veterano da DEA e alto funcionário da Virgínia, para assumir o cargo permanentemente. Cole já expressou preocupações sobre os riscos do consumo de maconha, associando-o a um aumento dos casos de suicídio entre jovens.

Paralelamente, a proposta para reclassificação da maconha, iniciada ainda no governo Biden, segue em tramitação na DEA. No entanto, audiências administrativas foram interrompidas no final do mandato do ex-presidente, devido a complicações com testemunhas convocadas.

Defensores da reforma ficaram desapontados na semana passada, quando o Escritório de Política de Controle de Drogas da Casa Branca (ONDCP) divulgou suas prioridades para o primeiro mandato de Trump, sem qualquer menção ao reagendamento da cannabis. Durante sua campanha, Trump demonstrou apoio à reclassificação, mas ainda não se pronunciou sobre o tema desde que assumiu o cargo.

 

Com informações de MarijuanaMoment