Quando a esperança floresce: estudo comprova efeitos positivos da cannabis em condições crônicas

Estudo australiano revela que pacientes que usaram cannabis medicinal por um ano mantiveram melhorias significativas na dor, sono, ansiedade e qualidade de vida. Os efeitos positivos se mostraram sustentados ao longo do tempo

Publicada em 22/04/2025

Quando a esperança floresce: estudo comprova efeitos positivos da cannabis em condições crônicas

Cannabis medicinal e a promessa de dias melhores (Imagem: CanvaPro)

A vida de quem convive com uma condição crônica de saúde muitas vezes é marcada por tentativas. Tentativas de controlar a dor, de acalmar a mente, de recuperar o sono perdido. Em meio a essa travessia árdua, a medicina canábica tem se mostrado uma grande aliada, e agora, a ciência reforça o que muitos pacientes já vinham relatando: a melhora é real, duradoura e mais, é transformadora!


Um estudo australiano publicado recentemente na revista PLOS One revela que a cannabis medicinal está associada a benefícios sustentados na qualidade de vida relacionada à saúde, mesmo após um ano de uso contínuo. A pesquisa foi conduzida pela Universidade de Sydney e representa um avanço importante na consolidação de evidências sobre os efeitos terapêuticos da planta.


O estudo, parte da iniciativa QUEST (QUality of life Evaluation STudy), avaliou mais de dois mil pacientes adultos com condições crônicas de saúde que receberam prescrição de óleo de cannabis medicinal entre novembro de 2020 e dezembro de 2021.


Os pesquisadores acompanharam os participantes por 12 meses e constataram que as melhorias iniciais, observadas já nos primeiros três meses, foram mantidas ao longo do tempo. Entre os principais sintomas com redução significativa estão as dores do século: a fadiga, os distúrbios do sono, a ansiedade e a depressão. 


Um novo fôlego para quem vive com dor


A pesquisa também revelou que pacientes com diagnósticos específicos como transtorno de ansiedade generalizada, insônia, dor crônica e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) experimentaram melhorias significativas na qualidade de vida.


Além disso, indivíduos com distúrbios do movimento relataram avanços na percepção geral de bem-estar, ainda que sem mudanças expressivas na função motora. Para muitos desses pacientes, a cannabis surge como uma alternativa onde os tratamentos convencionais falharam ou se mostraram insuficientes.


Um milhão de histórias em construção


Desde a legalização da cannabis medicinal na Austrália, em 2016, mais de um milhão de pacientes já receberam prescrição para tratar mais de 200 condições de saúde. A ampla adesão é reflexo tanto da necessidade de novas abordagens quanto da crescente aceitação médica e social da planta.


O estudo da Universidade de Sydney é particularmente relevante por seu caráter prospectivo e multicêntrico, reunindo participantes com diferentes condições e perfis sociodemográficos. Isso fortalece sua representatividade e aplicabilidade prática, ainda que a ausência de um grupo de controle impeça conclusões absolutas sobre a causalidade.


Apesar das limitações metodológicas, os autores destacam que os resultados oferecem uma base sólida para orientar decisões clínicas e políticas públicas. Os dados apontam que os benefícios da cannabis medicinal não apenas surgem rapidamente, mas se mantêm a longo prazo, o que é promissor para pacientes que não respondem bem aos medicamentos tradicionais. "Esta é uma notícia promissora para pacientes que não estão respondendo aos medicamentos convencionais para essas condições", afirmam os pesquisadores.


Com informações de Cannabis Health News.