Quadruplica o número de licenças para cultivo de cannabis medicinal em Portugal
Estudo revela que apesar de pequeno, o mercado português reúne condições favoráveis à indústria produtiva de cannabis para fins medicinais
Publicada em 18/11/2022

Por Redação Sechat
Um estudo realizado pela empresa de consultoria Ernst & Young (EY) e encomendado pela Associação Portuguesa da indústria Farmacêutica (Apifarma), revelou que o número de licenças para o cultivo de cannabis no país europeu quadruplicou, após três da anos da nova lei que regulamenta o uso medicinal da planta.
“Portugal reúne um conjunto de condições altamente favoráveis à indústria da cannabis medicinal, beneficiado por um conjunto integrado de toda a cadeia produtiva”, destaca o estudo que aponta quatro áreas onde é preciso investir para possibilitar essa hipótese.
Mercado em expansão
Segundo o documento da EY, os gastos globais com produtos à base de cannabis dobraram entre 2018 e 2020. O continente europeu representou apenas 1% deste consumo, contudo, as projeções sugerem um aumento para 8% até 2024, visto que boa parte dos países da região estão autorizando o cultivo da maconha para fins medicinais.
O estudo mostra que somente no primeiro semestre deste ano, 61 licenças foram emitidas em Portugal, sendo elas, 23 para importação/exportação, 20 para cultivo, 10 para comercialização e 8 para fabricação de compostos à base de cannabis. Como comparação, em 2019 o Infarmed - uma espécie de Anvisa do país português - emitiu cinco licenças de cultivo e cinco licenças de importação/exportação.
O órgão revela também que, até junho de 2022, Portugal tinha exportado mais de 4.300 quilos de produtos derivados da cannabis, sendo Alemanha, Espanha e Israel, os principais destinos.
O que concluíram os pesquisadores?
A consultoria apontou cinco pontos favoráveis para o país:
1 - Clima propício para o cultivo;
2 - Quadro regulamentar estável e atrativo;
3 - Mão de obra competente;
4 - Posicionamento geoestratégico do país;
5 - Apoio por meio de entidades da atividade empresarial.
O relatório destaca também a importância do investimento em comunicação/marketing das empresas, competição mercadológica e internacionalização dos produtos, além do acesso a financiamentos para o fomento da área e desenvolvimento da inovação intelectual e tecnológica para garantir o crescimento do setor.
Legislação
Desde 2018, o uso de cannabis é autorizado em Portugal para o tratamento de doenças específicas. A cannabis in natura é vendida nas farmácias portuguesas desde abril do ano passado e deve ser utilizada por vapers certificados, de acordo com o regulamento do Infarmed.