Cânhamo nas baterias? A alternativa verde que pode mudar tudo
As baterias de cânhamo surgem como alternativa sustentável às de lítio nos carros elétricos. Entenda como essa planta pode transformar o futuro do mercado automotivo
Publicada em 16/06/2025

Das plantas para as pistas: o cânhamo como energia limpa | Reprodução IA
Imagine um futuro onde o som dos motores não "ecoa" poluição, mas sussurra renovação. Onde as estradas não são apenas caminhos de concreto, mas pontes para um amanhã mais limpo. Nesse cenário que já começa a sair dos sonhos e ganhar as ruas, o cânhamo pode ser o combustível invisível que impulsiona a transformação silenciosa dos carros elétricos.
Aos poucos, eles estão tomando conta das vitrines, das avenidas e da imaginação coletiva: os carros elétricos deixaram de ser promessa distante e se tornaram realidade acelerada. A busca por veículos mais limpos e sustentáveis vem exigindo mudanças que vão além do design elegante e do motor silencioso. O coração dessa revolução, a bateria, ainda precisa bater de forma mais eficiente e ambientalmente responsável.
Caminhos vegetais em vez de metais pesados
Segundo a revista Forbes, as baterias atuais, feitas de íons de lítio e grafeno, ainda apresentam limitações. São caras, difíceis de reciclar, demoram para carregar e, ironicamente, também poluem. É aqui que entra uma planta ancestral, que há séculos acompanha a humanidade, mas que agora olha para frente: o cânhamo.
A Green State divulgou que uma nova geração de baterias está germinando, literalmente. São baterias à base de plantas, em especial do cânhamo, que podem ser a resposta verde que o mercado automotivo esperava. Ainda em estágio experimental, essas soluções naturais vêm ganhando forma em centros de pesquisa comprometidos com um futuro mais limpo.
O poder escondido no cânhamo
Um exemplo promissor vem da Bemp Research, em colaboração com a Universidade do Norte do Texas. Eles desenvolveram uma bateria de lítio-enxofre usando carboneto de boro, um derivado direto do cânhamo. Os primeiros testes revelam vantagens importantes: custo reduzido, leveza, reciclabilidade e escalabilidade. Ou seja, ela pode ser barata, limpa e amplamente produzida.
Outra frente vem sendo conduzida pela Alternet Systems, onde David Mitlin, professor da Universidade Clarkson, desenvolveu supercapacitores com base no cânhamo. São dispositivos capazes de armazenar mais energia e, ainda assim, manterem-se dentro de padrões sustentáveis, um sopro de inovação em um setor que respira metais raros.
Entre o ideal e o possível
Por hora, a produção de baterias à base de cânhamo ainda é mais cara do que se gostaria. Mas também são caras as alternativas com lítio e grafeno. O diferencial? O cânhamo carrega uma promessa que os outros materiais não têm: regeneração. Ele cresce rápido, exige pouco do solo e pode ser reaproveitado em várias etapas da cadeia produtiva.
Além das baterias, o cânhamo já vem sendo usado na fabricação de autopeças e compostos leves para estruturas veiculares. Não é apenas uma alternativa, é uma possibilidade real de reimaginar toda a indústria automotiva sob a ótica da sustentabilidade.
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